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Maior porta-aviões dos EUA entra no Caribe em meio a tensão com Venezuela

RS/Fotos Públicas

Maduro chamou os exercícios da Marinha dos EUA de “ato de agressão”, mas não comentou a chegada do porta-aviões - RS/Fotos Públicas
Maduro chamou os exercícios da Marinha dos EUA de “ato de agressão”, mas não comentou a chegada do porta-aviões

Por Redação da Broadcast

redacao@viva.com.br
Publicado em 16/11/2025, às 16h25
Washington, 16/11/2025 - O porta-aviões USS Gerald R. Ford, o mais avançado da Marinha dos Estados Unidos, entrou neste domingo no mar do Caribe, intensificando a pressão militar americana perto da Venezuela em meio à operação do governo Donald Trump contra embarcações suspeitas de transportar drogas.
 A Marinha informou que o Ford e seus navios de escolta cruzaram pela manhã a Passagem de Anegada, próxima às Ilhas Virgens Britânicas. A movimentação amplia o alcance da “Operação Southern Spear”, que desde setembro realizou 20 ataques contra pequenas embarcações no Caribe e no Pacífico Leste, resultando em pelo menos 80 mortos. O governo não apresentou evidências para sustentar a acusação de que os alvos seriam “narcoterroristas”.
Leia também: EUA analisam viabilidade de ataques por terra contra cartéis de drogas na Venezuela
Com a chegada do porta-aviões, a missão passa a contar com quase uma dezena de navios e cerca de 12 mil militares, entre marinheiros e fuzileiros. O grupo de ataque inclui caças, destróieres e aeronaves de apoio. Segundo o comandante da força-tarefa, contra-almirante Paul Lanzilotta, o reforço busca “proteger a segurança e a prosperidade do Hemisfério Ocidental contra ameaças transnacionais”.
O almirante Alvin Holsey, responsável pelas operações militares dos EUA no Caribe e na América Latina, afirmou que as forças americanas “estão prontas para enfrentar ameaças que tentam desestabilizar a região”. Holsey deixará o comando no próximo mês depois de apenas um ano na função.
 Em Trinidad e Tobago, país localizado a 11 quilômetros da costa venezuelana em seu ponto mais próximo, o governo informou que militares locais iniciaram novos exercícios conjuntos com tropas dos EUA. O ministro das Relações Exteriores, Sean Sobers, disse que esta é a segunda atividade em menos de um mês, voltada ao combate ao crime organizado. O primeiro-ministro do país tem apoiado publicamente os ataques americanos.

'Ato de agressão'

 O governo de Nicolás Maduro chamou os exercícios de “ato de agressão”, mas não comentou a chegada do porta-aviões. Maduro enfrenta acusações de narcoterrorismo nos Estados Unidos e afirma que Washington “fabrica” um conflito contra sua administração. A Venezuela anunciou na semana passada uma mobilização ampliada de tropas e civis diante da possibilidade de ações militares americanas.
 O envio do Ford reacendeu dúvidas sobre o escopo da operação. O presidente Trump afirmou que pretende “parar as drogas que entram por terra”, indicando uma possível expansão das ações. No Congresso, parlamentares republicanos e democratas pedem esclarecimentos sobre a base legal dos ataques, mas uma proposta para limitar a autoridade do presidente foi rejeitada pela maioria republicana.
 Especialistas divergem sobre a possibilidade de caças americanos realizarem ataques dentro da Venezuela. Para analistas, independentemente dessa hipótese, a presença do porta-aviões já muda o cenário regional. “Este é o núcleo do que significa ter poder militar dos EUA novamente na América Latina”, disse Elizabeth Dickinson, do International Crisis Group. “E isso elevou tensões na Venezuela e em toda a região.” 

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