Wilton Junior/Estadão Conteúdo
Por Gabriel de Sousa, da Broadcast
[email protected]Brasília, 19/07/2025 - Pesquisa do instituto Quaest divulgada neste sábado, 19, aponta que o debate sobre a operação da Polícia Federal (PF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) dividiu as redes sociais. Em mais de 1,3 milhão de postagens coletadas desde o início da ação policial, 59% apoiam as medidas cautelares impostas contra o ex-presidente e 41% rechaçam.
Até às 17 horas desta sexta-feira, 18, os pesquisadores da Quaest utilizaram operadores booleanos para coletar postagens com palavras-chave relacionadas a operação da PF nas redes sociais X, Instagram, Facebook, Reddit, Tumblr e Youtube, além de sites de notícias. Também foram coletadas mensagens em aplicativos como Whatsapp, Telegram e Discord.
De acordo com o levantamento, a operação contra Bolsonaro teve uma média de 72 mil menções por hora, e superou outros temas recentes. A disputa entre o governo Lula e o Congresso teve 17 mil menções por hora, o inquérito do golpe teve 10 mil menções por hora e o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) registrou 595 menções por hora.
O pico de menções nas redes sociais ocorreu por volta das 10h da sexta-feira, pouco depois das medidas cautelares contra Bolsonaro serem anunciadas. No período, o volume ultrapassou 150 mil por hora. O ex-presidente está utilizando uma tornozeleira eletrônica, fica impedido de utilizar redes sociais e incomunicável com outros réus.
A Quaest também estimou que, depois da operação, o nome de Bolsonaro passou a ser pesquisado cinco vezes mais no Google. O termo “tornozeleira” também sofreu uma alta nas buscas.
Segundo os pesquisadores, grande parte das menções favoráveis a operação da PF trataram a tornozeleira eletrônica como um símbolo de justiça. Também foram reforçadas críticas sobre o governo Bolsonaro, em especial sobre a gestão dele à frente da pandemia de covid-19.
Já usuários contrários a operação reagiram com acusações de abuso de poder e perseguição por parte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Um dos tópicos mais citados reforça que as medidas cautelares evidenciam uma suposta “ditadura do Judiciário” para deslegitimar a ação judicial.
Nos aplicativos de mensagens, apoiadores do ex-presidente se organizaram para pedir manifestações pacíficas para se opor a operação da PF. Pedidos por paralisação por parte de caminhoneiros e setores do agro também foram mapeados.
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