Brasília, 02/07/2025 - Pesquisa do Instituto Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 2, mostra que, para 50% dos deputados federais, o candidato favorito nas eleições presidenciais de 2026 será aquele que se opor ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para outros 35%, quem deve vencer é o presidente, caso tente a reeleição, ou outro postulante governista. Outros 15% dos parlamentares não souberam ou não quiseram responder.
Na pesquisa anterior, divulgada em maio do ano passado, 46% colocavam como favorito um candidato da oposição, enquanto 43% apostavam em Lula ou em um candidato governista, ou seja, houve uma redução de oito pontos porcentuais em um ano.
A Genial/Quaest entrevistou presencialmente 203 dos 513 deputados federais entre os dias 7 de maio e 30 de junho, com uma divisão que buscou representar os extratos de cada região e a composição ideológica da Câmara. A margem de erro é de 4,5 pontos porcentuais.
Na Câmara, 68% dos deputados acreditam que Lula será candidato à reeleição. Em maio, o índice era de 73%. Para outros 21%, o petista não deve concorrer. Outros 11% dos parlamentares não souberam responder.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é o principal candidato da oposição para a Presidência para 49% dos deputados. O nome dele é apontado pela maior parte dos governistas (50%), os independentes (59%) e os oposicionistas (56%).
Inelegível até 2030 após revezes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é considerado por 13% dos deputados como o principal candidato da oposição. Mais da maioria (51%) dos parlamentares consideram que Bolsonaro deve retirar a intenção de se candidatar ao Planalto, mas 23% acham que ele deve manter. Outros 26% não souberam ou não quiseram responder.
Depois de Tarcísio e Bolsonaro, os principais nomes apontados pelos deputados são a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), com 6%, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), com 5%, o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), com 4%, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), com 3%, e o senador Flávio Bolsonaro (PL), com 1%.
Em 2024, os que escolheram Tarcísio eram 39%. Depois dele, o principal nome era o de Caiado, com 16%, e o de Michelle, com 15%. Bolsonaro, por sua vez, tinha 5%.
Avaliação sobre o governo
Entre os deputados federais consultados, 46% têm uma avaliação negativa do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Trata-se de um crescimento de 13 pontos porcentuais em relação a levantamento feito pelo instituto em agosto de 2023. As avaliações positivas sobre o desempenho do Executivo ficaram em 27% (uma queda de oito pontos em relação a 2023) e as regulares em 24% (uma queda de seis pontos).
A principal mudança ocorreu entre os deputados “independentes” - em 2023, 20% dos parlamentares avaliavam de forma negativa o governo; hoje 44% deles têm tal visão sobre o Executivo. Em termos de ideologia, as avaliações negativas cresceram entre os deputados de Centro - eram 7% em 2023, 22% em 2024 e agora 24% em 2025.
Relação com o Congresso e agenda do governo
A pesquisa aponta que a avaliação negativa da relação entre o governo Lula e o Congresso cresceu - de 41% em 2023 para 51% em 2025. No detalhe relacionado à base e à ideologia, os números espelham as visão dos parlamentares sobre o desempenho do governo - as avaliações negativas cresceram majoritariamente entre os deputados independentes (53% em 2023 e 65% em 2025) e de centro (38% em 2023 e 49% em 2025).
Com relação à avaliação dos deputados sobre as chances de o governo Lula aprovar sua agenda, o cenário negativo também se ampliou: 57% dos parlamentares as consideram baixas, contra 36% que veem as chances como altas. Novamente, a principal mudança de avaliações ocorreu entre deputados considerados independentes - 44% viam chances baixas para o governo; hoje eles são 73%. Já em termos de ideologia, a piora se deve aos deputados de direita - 59% em 2023, hoje 81%.
A pesquisa revela ainda que a maioria dos parlamentares atribuem o baixo número de votações importantes no Congresso em 2025 à desarticulação política do governo (45%). Também são apontadas como razões o impasse sobre anistia (33%), a não liberação de emendas (15%) e a falta de funcionamento das comissões internas (6%).
Gestão Hugo Motta
O levantamento revelou também que 68% dos deputados federais têm uma avaliação positiva sobre a gestão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Os que consideram a presidência de Motta “regular” são 25%. Já os que fazem uma avaliação negativa da gestão são 6%. É o que indica a pesquisa do instituto Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 2, sobre “o que pensam os deputados federais”.
A melhor avaliação da gestão de Motta parte de deputados independentes e de centro. Além disso, 50% dos deputados consideram que o alinhamento da mesa diretora da Câmara é independente - versus 35% que consideram que a mesa está alinhada ao governo e 10% que veem um alinhamento com a oposição.
A pesquisa mostra ainda que 59% acreditam que Motta não vai colocar em votação o projeto de anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. 30% dos deputados entendem que o presidente pode pautar o PL e 11% não opinaram.
Supremo
Sobre o trabalho do Supremo Tribunal Federal, 48% dos parlamentares têm uma avaliação negativa. Os que veem as ações da Corte máxima como positiva são 27% e os que veem a atuação dos ministros como regular são 18%.
Em comparação com levantamento semelhante realizado em 2024, os números mostram que: a avaliação positiva do trabalho do STF caiu entre governistas (de 69% para 57%); e a avaliação negativa sobre a atuação da Corte cresceu entre deputados independentes (de 42% para 54%).
Para 49% dos deputados consultados, o STF “sempre” invade as competências do Congresso. Aqueles que consideram que a Corte máxima “às vezes” invade as competências do Congresso são 28%. Outros 12% entendem que o STF “raramente” apresenta a conduta citada e 5% “nunca”.
A pesquisa mostra ainda que 65% dos deputados federais consideram que o Congresso não vai aprovar o impeachment de ministros do STF no futuro - 22% responderam à questão como “sim” e 13% não responderam.
Economia
Segundo os parlamentares ouvidos pela pesquisa, a economia é o maior problema do Brasil para 31% dos deputados federais. Na pesquisa anterior divulgada pela empresa, em maio do ano passado, o índice era de 38%.
A violência vem em seguida, com 23%. Em seguida, aparecem a corrupção (16%), as questões sociais (10%), a saúde (3%) e a educação (2%). Outros temas foram apontados por 14% dos parlamentares e 1% deles não souberam ou não quiseram responder.
Pelo levantamento, 64% dos deputados federais acham que a política econômica do Brasil está indo na direção errada. Os que acham que o caminho é certo são 28%. Outros 8% dos deputados não quiseram ou não souberam responder.
Na pesquisa anterior feita pelo instituto, divulgada em maio de 2024, os que avaliavam positivamente a política econômica eram 40%, o que evidencia uma queda de 12 pontos porcentuais. Os que consideram como negativa cresceu nove pontos, de 55% para 64%.