São Paulo, 11/09/2025 - Pesquisa
Ipsos-Ipec divulgada nesta quinta-feira, 11, mostra melhora nos índices positivos (ótimo/bom) na avaliação do governo federal, embora a percepção negativa (ruim/péssimo) ainda predomine. A percepção negativa caiu cinco pontos em relação a junho, passando de 43% para 38%. Já a avaliação positiva avançou de 25% para 30%, cinco pontos a mais. A percepção regular oscilou de 29% para 31%.
A aprovação à administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é mais acentuada entre quem declara ter votado nele em 2022 (61%), moradores do Nordeste (46%), eleitores com menor escolaridade (40%), famílias com renda de até um salário mínimo (37%) e católicos (37%). A taxa de ótimo/bom também é maior em municípios com até 50 mil habitantes (35%) do que em cidades médias (26%) e entre pessoas de 45 a 59 anos (35%), ante 25% entre os que têm de 25 a 34 anos.
A desaprovação é mais expressiva entre eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022 (67%), moradores do Sul (52%), famílias com renda superior a cinco salários mínimos (48%), quem ganha de dois a cinco salários (45%), evangélicos (46%) e pessoas que se autodeclaram brancas (44%). O índice ruim/péssimo também é mais alto entre os mais instruídos (44%), contra 27% dos menos escolarizados.
Em relação a junho, a avaliação positiva cresceu de 53% para 61% entre quem votou em Lula em 2022 e de 38% para 46% entre os nordestinos. Já a avaliação negativa recuou de 75% para 67% entre os eleitores de Bolsonaro, de 48% para 41% entre homens e de 50% para 39% na região Norte/Centro-Oeste.
Respiro
“Os números de setembro indicam um respiro importante para o governo, revertendo a tendência de alta da avaliação negativa que marcou o primeiro semestre. A recuperação de cinco pontos sugere que a percepção negativa pode ter atingido seu pico em junho”, diz Márcia Cavallari, diretora da Ipsos-Ipec. "Há sinais de melhora com a reversão da curva de frustração. Ainda assim, esse sentimento de decepção continua sendo predominante.“
A aprovação ao modo de governar de Lula subiu de 39% em junho para 44%, enquanto a desaprovação recuou de 55% para 51%. Entre os que avaliam a gestão como regular, 47% aprovam a forma de governar, 42% desaprovam e 11% não opinaram.
A confiança no presidente também melhorou levemente: 41% dizem confiar em Lula (eram 37% no levantamento anterior), enquanto a desconfiança caiu de 58% para 56%. Os que preferem não opinar passaram de 4% para 3%.
Percepção
Ainda que prevaleça a percepção de que o governo está pior do que o esperado, o índice caiu de 50% em junho para 44% em setembro. Já os que dizem que a gestão está igual oscilaram de 28% para 30%, enquanto os que a consideram melhor subiram de 20% para 24%. Entre os que votaram em Lula no segundo turno, 16% afirmam que o governo está aquém das expectativas.
“O governo recupera fôlego ao reverter a queda nos índices de aprovação, mas esse movimento é observado principalmente na sua base mais fiel. O maior desafio é conseguir atrair outros segmentos da população”, pondera Cavallari.
A pesquisa foi realizada com 2.000 entrevistados de 16 anos ou mais em 132 municípios entre 4 e 8 de setembro de 2025. O nível de confiança é de 95%, com margem de erro de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos.