Haddad terá reunião sobre tarifas com secretário do tesouro dos EUA

Lula Marques/Agência Brasil

Haddad afirmou que possivelmente as propostas serão enviadas ao Congresso Nacional por meio de uma Medida Provisória (MP) - Lula Marques/Agência Brasil
Haddad afirmou que possivelmente as propostas serão enviadas ao Congresso Nacional por meio de uma Medida Provisória (MP)

Por Giordanna Neves, da Broadcast

redacao@viva.com.br
Publicado em 06/08/2025, às 09h13 - Atualizado às 10h57
Brasília, 06/08/2025 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou há pouco que terá uma reunião remota com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, na próxima quarta-feira, 13, para tratar da tarifa de 50% sobre parte das exportações do Brasil para os Estados Unidos. Haddad disse ainda que a aplicação da Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pode ser objeto da conversa.
O ministro afirmou que, a depender da qualidade da conversa com Bessent, pode haver uma reunião de trabalho presencial. “Aí será uma reunião com os ânimos já orientados no sentido de um entendimento entre os dois países, que têm um relacionamento de uns 200 anos, e que não faz o menor sentido nós estarmos vivendo nesse momento. A questão da política tem que ser tratada na esfera da política”, disse.
Haddad repetiu que a intenção do governo brasileiro é abrir um cenário de negociação e superar um desentendimento que, segundo o ministro, foi provocado pela extrema-direita do País. “Até a tarifa de 10% nós estávamos achando inadequado, porque a América do Sul é deficitária em relação aos Estados Unidos”, emendou.
O ministro confirmou que o texto com as medidas previstas no plano de contingência para mitigar os efeitos da sobretaxa imposta pelos Estados Unidos ao Brasil deve ser enviado ainda hoje ao Palácio do Planalto. O anúncio oficial, porém, caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Haddad afirmou que possivelmente as propostas serão enviadas ao Congresso Nacional por meio de uma Medida Provisória (MP), para entrarem imediatamente em vigor. A tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras começou a valer a partir de hoje.
O ministro teve uma última reunião ontem com o presidente para afinar as medidas de socorro aos setores afetados. Ele disse que será elaborado ainda um relatório pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) para detalhar a situação por empresa, a pedido de Lula. O anúncio do plano, no entanto, não depende desse afinamento.
Leia também: Haddad defende que só 4% das exportações serão afetadas por tarifas dos EUA
“O texto sai daqui hoje. Está pronto. Ontem nós procuramos entender a encomenda do presidente em relação ao detalhamento. Nós dissemos para ele que a questão empresa por empresa não precisa evidentemente ser tratada em lei. Ela pode ser objeto de regulamentação. Mas provavelmente o ato do presidente vai julgar conveniente. Mas possivelmente terá que ser uma medida provisória para entrar em vigor”, disse.
Haddad reafirmou que o objetivo principal do plano é atender sobretudo os pequenos produtores que não têm alternativas à exportação para os Estados Unidos. Ele reiterou um pedido de união nacional para atender os interesses do Brasil, envolvendo todos os governadores, e cobrou uma ação coordenada para inibir crimes de lesa-pátria contra o País.
“Isso (defesa dos interesses do País) tem que envolver os governadores de oposição. Porque aqui não se trata mais de situação de oposição. Os Estados estão sendo afetados. Então os governadores que têm proximidade com a extrema direita, eles têm que fazer valer as prerrogativas do seu mandato. Não é fingir que não tem nada acontecendo, se esconder embaixo da cama e desaparecer. Não dá para ser assim”, defendeu.
O ministro também ressaltou o papel do empresariado na defesa das bandeiras do Brasil. “O empresariado, além de vir para Brasília, tem que conversar com a oposição, passar a mão no telefone e ligar para a turma que quer ver o circo pegar fogo, parar com isso. Estamos prejudicando o País pelo quê? Em nome do quê nós estamos fazendo isso?”, questionou.

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