Polícia Federal começa nova operação contra fraudes no INSS

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Investigação apura um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões vinculadas ao INSS - Divulgação/Polícia Federal
Investigação apura um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões vinculadas ao INSS
Por Bianca Bibiano e Paula Bulka Durães bianca.bibiano@viva.com.br

Publicado em 09/10/2025, às 09h01 - Atualizado às 10h37

São Paulo, 09/10/2025 - A Polícia Federal (PF) anunciou na manhã de hoje uma nova fase da Operação Sem Desconto, que apura um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões vinculadas ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
Estão sendo cumpridos 66 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, nos Estados de São Paulo, Sergipe, Amazonas, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Pernambuco, Bahia e no Distrito Federal.
De acordo com a PF, a ação de hoje tem o objetivo de aprofundar as investigações e esclarecer a prática de crimes como inserção de dados falsos em sistemas oficiais, constituição de organização criminosa e atos de ocultação e dilapidação patrimonial.
Um dos alvos da nova etapa da operação, segundo reportagem do Estadão, é o Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi), ligado ao Frei Chico, irmão do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Além da instituição, estão sendo investigados o diretor da Sindnapi, Milton Baptista de Souza Filho e a entidade Amar Brasil. Souza Filho falará nesta quinta-feira na Comissão Parlamentar Mista Inquérito (CPMI), que apura as fraudes do INSS. 
Em nota, A Sindnapi manifestou "surpresa com o cumprimento de mandados de busca e apreensão na manhã de hoje em sua sede em São Paulo, bem como na casa de seu Presidente e alguns Diretores", e alegou que "comprovará a lisura e legalidade de sua atuação, sempre em prol de seus associa-
dos, garantindo-lhes a dignidade e respeito que são devidos".
O presidente da Comissão Parlamentar Mista Inquérito (CPMI), Carlos Viana (Podemos-MG), se manifestou sobre a operação pelas redes sociais. Segundo o senador, a CPMI contribuiu para o avanço das investigações. "As provas reunidas, as quebras de sigilo, os depoimentos e os documentos encaminhados pela CPMI sustentam cada passo dessa operação. A Justiça está avançando e quem debochou do Congresso agora sente o peso da lei."
O esquema de fraudes começou a ser investigado em abril e essa nova fase da operação mira associações e sindicatos responsáveis por descontos indevidos nas aposentadorias do INSS. São entidades que a PF acredita terem sido usadas para operar o esquema por meio do uso ilegal de dados de aposentados, sem o conhecimento deles.
A PF e a Controladoria-Geral da União (CGU) estimam que foram desviados ao menos R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, por meio de descontos associativos não autorizados na folha de benefícios do INSS. Até o momento, a União devolveu R$ 1,73 milhão para 2,58 milhões de brasileiros. 
Leia a nota na íntegra:
O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (SINDNAPI), por meio de seus advogados, manifesta sua surpresa com o cumprimento de mandados de busca e apreensão na manhã de hoje em sua sede em São Paulo, bem como na casa de seu Presidente e alguns Diretores, em operação deflagrada pela Polícia Federal em nova fase da “Operação Sem Desconto”.
Esclareça-se que os advogados não tiveram acesso ao inquérito policial, ao conteúdo das razões da representação policial ou dos fundamentos da decisão que auto- rizou a deflagração da medida cautelar, mas reitera seu absoluto repúdio e indignação com quaisquer alegações de que foram praticados delitos em sua administração ou que foram realizados descontos indevidos de seus associados.
A exemplo do procedimento adotados nas demais demandas judiciais, o SINDNAPI comprovará a lisura e legalidade de sua atuação, sempre em prol de seus associados, garantindo-lhes a dignidade e respeito que são devidos.

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