Estadão Conteúdo/ Leco Viana, The News 2
Por Geovani Bucci e Gabriel de Sousa, da Broadcast
redacao@viva.com.brSão Paulo e Brasília, 20/08/2025 - Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 20, mostra que a aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subiu pelo segundo mês consecutivo, de 43% para 46% (eram 40% em maio e não houve levantamento em junho). Apesar de ainda ser desaprovado pela maioria, o índice negativo recuou numericamente mais uma vez, de 53% para 51% (eram 57% em maio). Já 3% não souberam ou não responderam.
De acordo com o CEO da Quaest, Felipe Nunes, a melhora nos números se deu por conta da "postura de liderança e defesa dos interesses nacionais" de Lula diante do tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nunes também ressalta que a percepção do preço dos alimentos e a redução da pressão sobre o custo de vida trouxeram alívio aos entrevistados.
Menos pressão inflacionária somada à imagem de um presidente que reage a desafios externos ajudam a explicar o avanço de sua aprovação neste momento”.
Lula recuperou terreno em diversos segmentos. No Nordeste, sua aprovação subiu de 53% para 60%. Na faixa etária de 16 a 34 anos, avançou de 38% para 43%, e entre os com 60 anos ou mais, de 48% para 55%.
O crescimento também se refletiu entre os eleitores com escolaridade até o Ensino Fundamental, que passaram de 51% para 56%, e entre aqueles que ganham até dois salários mínimos, de 46% para 55%. Entre os beneficiários do Bolsa Família, o salto foi ainda mais expressivo: de 50% para 60%.
Pela primeira vez, a desaprovação recuou entre os homens, de 58% para 53%. Já a aprovação no recorte subiu de 39% para 44%. O índice positivo também subiu entre os que votaram em branco ou nulo nas eleições presidenciais de 2022, crescendo de 31% a 39%.
A pesquisa também detalhou os resultados em Estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Goiás. O índice de aprovação do governo avançou em praticamente todos os territórios: de 29% para 34% em São Paulo; de 35% para 40% em Minas Gerais; de 47% para 60% na Bahia; de 30% para 34% no Paraná; de 33% para 37% no Rio Grande do Sul; de 49% para 62% em Pernambuco, e de 28% para 33% em Goiás.
Apesar dos ganhos, Lula ainda enfrenta desaprovação superior a 60% na maioria dos Estados pesquisados (com exceção de Bahia e Pernambuco, os únicos em que a aprovação supera a rejeição).
Entre os católicos, a aprovação do governo subiu de 45% para 51% e a desaprovação oscilou de 45% para 44%. Entre os evangélicos, a desaprovação caiu de 69% para 65% e a aprovação subiu de 28% para 31%.
Pela primeira vez desde dezembro de 2024, a maioria dos brasileiros entrevistados pela pesquisa Genial/Quaest considera o mandato atual do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) melhor que o do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A pesquisa divulgada nesta quarta-feira, 20, mostra que a fatia dos que avaliam o governo petista pior que o do antecessor caiu de 44% para 38%. Já a parcela que o vê como melhor subiu de 40% para 43%.
A avaliação positiva do governo Lula subiu de 28% para 31%. A avaliação negativa oscilou dentro da margem de erro, passando de 40% para 39%, enquanto a regular variou de 28% para 27%. Outros 3% não souberam ou não responderam.
Entre os eleitores sem posicionamento político definido, que não se identificam nem com a direita nem com a esquerda, 37% consideram Lula melhor que Bolsonaro, 27% o avaliam como pior e 32% dizem ver os dois de forma equivalente.
No entanto, para a maioria dos entrevistados o País está caminhando para a direção errada - 57% possuem essa percepção -, enquanto 36% acreditam que está no caminho correto.
A percepção do aumento de preço dos alimentos em supermercados recuou de 76% em julho para 60% em agosto entre os brasileiros. Para 20%, os preços ficaram iguais, e para 18%, caíram (eram 8% em julho). Essa percepção se repete em todas as regiões do País.
O levantamento mostra que a avaliação de que a economia brasileira piorou nos últimos 12 meses permanece estável em 46% dos entrevistados. Para outros 30%, a situação econômica segue igual ao último ano, enquanto 22% afirmam ter havido melhora.
Apesar da avaliação ainda negativa, aumentou o otimismo em relação ao futuro. A parcela dos que acreditam que a economia vai melhorar cresceu de 35% para 40%, indicando uma expectativa mais positiva diante dos próximos meses. O porcentual dos que pensam que vai piorar foi de 43% para 40% e os que acham que vai continuar do mesmo jeito manteve-se dentro da margem de erro do instituto, de 19% para 17%.
Quando o tema é mercado de trabalho, a visão é predominantemente crítica: 55% dos brasileiros afirmam que está mais difícil conseguir emprego hoje do que há um ano, enquanto 34% acreditam que está mais fácil e 5% consideram que está igual. Esses porcentuais mantiveram-se estáveis.
Foram realizadas 2.004 entrevistas com brasileiros de 16 anos ou mais em 120 municípios, entre os dias 13 e 17 de agosto. A margem de erro estimada da pesquisa é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, e o índice de confiança é de 95%.
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