São Paulo, 23/09/2025 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou, em discurso na Assembleia Geral da
Organização das Nações Unidas (ONU), que passou brevemente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos corredores da sede da ONU em Nova York e que os dois concordaram em marcar uma reunião. "Lula e eu nos abraçamos e concordamos em nos encontrar", disse, confirmando que o encontro ocorrerá na próxima semana.
Apesar do gesto diplomático, Trump fez críticas ao Brasil. Ele afirmou que o País "enfrenta grandes tarifas por tentar censurar cidadãos americanos" e acusou o governo brasileiro de "perseguir opositores políticos nos EUA". O republicano contou que passou por Lula ao subir ao púlpito e "não imaginava falar isso sobre o Brasil", mas defendeu que medidas tarifárias são um "mecanismo de defesa para os americanos" e uma forma de "garantir a soberania dos EUA".
Trump reiterou que seu governo busca "acordos comerciais justos e recíprocos com todos os países do mundo", mas deixou claro que continuará a usar tarifas como instrumento de pressão quando considerar os interesses dos EUA ameaçados.
Energia eólica
Em sua fala, voltou a criticar duramente as formas de energia renovável, chamando a eólica de "piada" e “muito cara”. Segundo ele, países como Alemanha e Reino Unido provaram os riscos de apostar nessa transição, e a China estaria se beneficiando ao exportar turbinas produzidas com energia à carvão.
"Perdemos dinheiro com energia eólica. Nós precisamos fazer dinheiro com energia, não perder", afirmou. Trump acrescentou que o Reino Unido precisa parar de "estragar seus lindos campos com energia renovável" e revelou ter aconselhado o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, a apostar no petróleo durante sua última visita de Estado ao país, na semana passada.
Política migratória
O presidente dos EUA criticou a política migratória europeia e a ONU. Afirmou que a "imigração ilegal está arruinando os países do Ocidente" e acusou a ONU de estar "financiando um ataque contra as nações ocidentais".
Segundo Trump, a Europa enfrenta "grandes problemas" e está sendo "destruída" por imigrantes ilegais, enquanto líderes locais, presos a um "discurso de politicamente correto", não agem para conter a crise. "Seus países estão indo para o inferno com imigrantes ilegais", disse o presidente, reforçando sua posição sobre o tema.
Ele defendeu uma solução urgente para o conflito em Gaza e para a guerra na Ucrânia, pedindo maior firmeza da comunidade internacional. Ele afirmou que o Hamas "tem frequentemente rejeitado propostas para paz" e exigiu a libertação imediata dos reféns.
Trump afirmou que "precisamos negociar uma paz em Gaza imediatamente. Nós queremos todos os reféns livres. Para a guerra acabar, queremos todos os 20 reféns livres".
O presidente também pediu esforços para encerrar a guerra na Ucrânia, criticando duramente países que, em sua avaliação, financiam o conflito ao comprar petróleo russo. E destacou que os EUA estão preparados para impor "uma grande rodada de tarifas para parar a Rússia", sem dar detalhes, e reforçou a necessidade de que o "desenvolvimento de armas nucleares deve cessar". Ele acrescentou, ainda, que Washington pretende usar inteligência artificial (IA) para combater ameaças biológicas, também sem explicar.
Trump ainda acusou a ONU de ineficácia diante de conflitos globais. Afirmou ter encerrado sete guerras "intermináveis" em oito meses, mas disse que "mesmo ajudando a terminar guerras, nunca recebi um agradecimento da ONU por isso". Segundo Trump, a instituição "só escreve cartas e suas palavras vazias não resolvem guerras".