Foto: Divulgação/Agência Brasil
Por Jessica de Holanda, especial para o VIVA
redacao@viva.com.brSão Paulo, 01/12/2025 - Quase quatro décadas depois do início da epidemia, o HIV deixou de ser sentença de morte e passou a ser uma condição crônica tratável. No início, porém, a combinação de desinformação e preconceito moldou a forma como o vírus era retratado. Mas, à medida que a ciência avançava, nomes públicos tiveram papel crucial na mudança de percepção, ajudando a tirar o tema das sombras e trazendo para o debate social.
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Essas figuras foram essenciais para expor o impacto da doença, discutir estigma, ampliar a conscientização e mostrar que o diagnóstico não define o destino de ninguém. Entre perdas que marcaram a cultura mundial e histórias de vida que seguem inspirando outras pessoas soropositivas.
Cazuza, poeta e um dos maiores nomes do rock brasileiro, morreu aos 32 anos em decorrência de complicações relacionadas à Aids. Ele tornou público o diagnóstico em 1989, num período em que poucos artistas falavam abertamente sobre o tema. Sua exposição na mídia contribuiu para tirar o assunto do tabu no Brasil e sensibilizar o público sobre prevenção e tratamento. Sua trajetória continua lembrada como símbolo de coragem e enfrentamento em uma época de forte estigma.
Vocalista do Queen e uma das vozes mais emblemáticas da música mundial, Freddie Mercury morreu aos 45 anos devido a complicações da AIDS. Ele manteve sua condição em sigilo por anos e tornou público o diagnóstico apenas em 1991. Sua morte teve repercussão global e ajudou a colocar o HIV no centro do debate em escala inédita. Após sua perda, o Queen criou a Mercury Phoenix Trust, que financia projetos de combate ao HIV em diversos países.
Ator e cantor norte-americano, Billy Porter revelou publicamente ser soropositivo em 2021, aos 51 anos, após viver mais de uma década em silêncio por medo do preconceito na indústria do entretenimento. Ele contraiu HIV em 2007 e desde então faz tratamento antirretroviral. A decisão de divulgar sua história transformou Porter em voz ativa contra estigmas, especialmente entre populações LGBTQIA+. Hoje, aos 56 anos, segue trabalhando em filmes, séries e no teatro.
Ícone da NBA, Magic Johnson, anunciou ser HIV-positivo em 1991, aos 32 anos, em um momento em que o diagnóstico ainda era associado à morte rápida. Johnson se tornou exemplo de longevidade e tratamento eficaz. Ele vive com HIV há mais de 30 anos, sempre em regime de terapia antirretroviral. Aos 66 anos, mantém atuação em negócios, filantropia e campanhas de conscientização.
Escritora e ativista norte-americana, Marvelyn Brown descobriu ser soropositiva aos 19 anos, após contrair HIV em um relacionamento heterossexual. Ela se tornou uma das vozes jovens mais influentes na conscientização sobre prevenção, tratamento e combate ao estigma. Publicou o livro The Naked Truth e já participou de campanhas e palestras em diversos países. Brown destaca que viver com HIV não a impede de ter uma vida plena, ativa e saudável. Aos 41 anos, segue engajada em projetos de educação.
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