Cinco alterações em exames de rotina que devem alertar para sua saúde

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Marcadores como Gama GT, ácido úrico e homocisteína, mesmo discretamente alterados, podem sinalizar riscos cardiovasculares e metabólicos - Divulgação
Marcadores como Gama GT, ácido úrico e homocisteína, mesmo discretamente alterados, podem sinalizar riscos cardiovasculares e metabólicos

Por Manuela França

redacao@viva.com.br
Publicado em 25/09/2025, às 17h49 - Atualizado às 18h57

São Paulo, 25/09/2025 - Fazer exames de rotina e receber resultados dentro da normalidade costuma ser motivo de alívio. Mas nem sempre esse cenário é garantia de que está tudo certo com a saúde. De acordo com especialistas, pequenas alterações em alguns marcadores laboratoriais podem esconder sinais iniciais de doenças metabólicas, cardiovasculares e até hepáticas.

Para a endocrinologista e metabologista PHD da USP doutora Elaine Dias JK, o segredo está em interpretar os exames de forma integrada, e não apenas olhar se os valores estão dentro ou fora da referência. “Um exame aparentemente normal pode carregar indícios de inflamação ou de risco futuro”, afirma a médica.

Ferritina e insulina: sinais de alerta

Um dos exames que merecem atenção é o de ferritina. Embora muitas pessoas associem a ferritina alta a excesso de ferro, esse pode ser, na verdade, um sinal de inflamação no organismo. Na maioria dos casos, está relacionada à gordura visceral, aquela que se acumula na barriga e ao redor dos órgãos, aumentando o risco de doenças como diabetes e hipertensão.

Outro alerta importante vem da insulina. Mesmo com a glicose dentro do limite considerado normal, uma insulina mais alta pode ser um indicativo precoce de resistência insulínica, uma condição silenciosa que antecede o diabetes tipo 2. Já o ácido úrico, conhecido por causar gota, também pode ser um sinal de risco cardiovascular quando elevado de forma persistente.

Homocisteína e Gama GT

Entre os exames menos solicitados está o de homocisteína. Em excesso, essa substância pode agredir os vasos sanguíneos e aumentar a chance de infartos e AVCs. O desequilíbrio normalmente está ligado à deficiência de vitaminas do complexo B, como B6, B9 (ácido fólico) e B12.

No caso do fígado, a enzima Gama GT também pode indicar sobrecarga, seja pelo uso excessivo de medicamentos, consumo de álcool ou acúmulo de gordura hepática. Se esse marcador aparece alterado, é sinal de que o fígado está sob estresse, o que pode impactar todo o metabolismo.

A importância da avaliação integrada dos exames

Um estudo recente publicado na revista Frontiers in Endocrinology destacou que a relação entre triglicerídeos e a apolipoproteína A1 pode ser um marcador precoce para detectar a doença hepática gordurosa, muitas vezes silenciosa.

O recado dos especialistas é claro: não basta olhar apenas se o exame está dentro da referência, mas entender o contexto geral de saúde do paciente e como os marcadores se relacionam entre si.

Em todo caso, sempre se deve discutir os resultados com um profissional capacitado, que possa avaliar o quadro de forma preventiva.

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