Dia do Orgulho Autista: a luta por direitos, visibilidade e respeito no Brasil

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Neste dia reforçamos a luta diária de pessoas no espectro autista - Foto: Envato Elements
Neste dia reforçamos a luta diária de pessoas no espectro autista

Por Beatriz Duranzi

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Publicado em 18/06/2025, às 08h00

O Dia Mundial do Orgulho Autista foi criado em 2005 pela organização norte-americana Aspies for Freedom para promover orgulho, empoderamento e visibilidade do autismo como diferença neurológica, não doença. No Brasil, a data ganhou força com apoio do Senado, que reconheceu a importância de destacar o autismo como condição legítima e rumando à inclusão.

Estima-se que 2 milhões de brasileiros vivem com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em 2022, segundo o IBGE. As principais barreiras enfrentadas incluem o capacitismo, a falta de acessibilidade na educação e no mercado de trabalho, além de preconceitos e estereótipos persistentes

Conquistas legislativas e direitos garantidos

  • Lei Berenice Piana (12.764/12) reconhece o autismo como deficiência, garantindo acesso a diagnóstico precoce, tratamento pelo SUS, educação inclusiva, entre outros direitos. 
  • Lei Romeo Mion (13.977/20) instituiu a Carteira de Identificação da Pessoa com TEA (CIPTEA), assegurando prioridade em serviços de saúde, educação e transporte.

Ações, institutos e coletivos em destaque

  • Movimento Orgulho Autista Brasil (MOAB): ONG que promove diálogo, políticas públicas e espaços de convivência para pessoas autistas.
  • Casa da Esperança (Fortaleza): pioneira no Brasil, oferece atendimentos e divulgação científica desde 1993.
  • Coletivos autistas universitários (USP, Unicamp, UFRJ, etc.): fomentam representatividade, cotas e permanência no ensino superior.
  • Instituto Rodrigo Mendes: defende educação inclusiva, formando educadores e influenciando políticas públicas.
  • Escola de Gente: trabalha comunicação inclusiva e políticas públicas desde 2002, promovendo teatro acessível e adaptações pedagógicas.

A Bienal do Livro 2025 apresentou lutas e narrativas autistas, com autoras e mães atípicas relatando a vivência e importância da representatividade. Universidades (UFPA, UFAC e Ufac, UFRGS) realizaram rodas de conversa e palestras para ampliar a conscientização. Institutos locais (como o Solidariedade, em 2022) desenvolveram campanhas para transformar percepções autistas de “diferença” para “valor”

Neurodiversidade e interseccionalidade

O conceito de neurodiversidade, criado por Judy Singer em 1998, entende o autismo como parte da diversidade humana. A data reforça a importância de enxergar o autista dentro de múltiplas identidades –gênero, raça, classe –e com desafios específicos.

O Dia do Orgulho Autista é uma data de resistência, empoderamento e educação social. Entre leis, ativismo e conquistas, revela o TEA como parte legítima da diversidade humana. Mais do que lembrar, é hora de agir: garantir inclusão, respeito e protagonismo às pessoas com autismo.

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