4 formas discretas que seu celular pode usar para rastrear seus dados

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É importante estar atento às configurações de privacidade e aos aplicativos instalados

Por Joyce Canele

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Publicado em 08/07/2025, às 08h59 - Atualizado às 09h00

Muita gente já desconfiou que o celular estivesse espionando suas conversas. Basta comentar sobre um produto pouco conhecido e, em seguida, é comum surgirem anúncios relacionados. Apesar dessa impressão, a maioria dos celulares não usa microfone ou câmera sem permissão, isso exigiria muita energia e ainda seria pouco preciso.

O que realmente surpreende são as outras formas com que o celular consegue rastrear comportamentos, usando sensores e dados que passam despercebidos. Confira quatro delas:

1. Monitoramento do sono

Mesmo sem smartwatch, o celular consegue identificar horários de sono com base na falta de uso e nos sensores de movimento. Se o aparelho fica parado por várias horas, é um forte sinal de que a pessoa está dormindo. Em alguns casos, o celular pode até detectar movimentos sutis durante a noite, indicando diferentes fases do sono.

Esses dados podem ser usados para segurança, como confirmar que um humano está acessando uma conta. Mas também podem ser explorados por anunciantes ou para manipular opiniões.

2. Sinais das redes sem fio

O celular está sempre procurando por sinais de Wi-Fi, Bluetooth e redes móveis e mesmo quando não está conectado. De acordo com a Cornell University, esses dados ajudam a rastrear a localização com bastante precisão. Empresas costumam vender essas informações, que podem ser usadas de diversas formas, algumas bem polêmicas.

Investigações recentes mostraram que esses dados foram comprados até por agências governamentais e grupos com interesses políticos ou ideológicos. Para reduzir esse rastreamento, vale revisar as permissões dos aplicativos e desativar funções de rede quando não estiverem em uso.

3. O tempo de uso dos aplicativos

Empresas como Instagram, TikTok e YouTube monitoram o tempo que uma pessoa passa em cada vídeo, onde toca na tela e até onde hesita. Mesmo que um usuário não curta ou comente, esses dados ajudam a plataforma a entender preferências e a oferecer conteúdo mais direcionado.

Além disso, a velocidade de navegação e o modo como alguém interage com o aplicativo podem indicar se a pessoa tem familiaridade com tecnologia. Essas informações ajudam tanto na melhoria do app quanto na criação de estratégias para manter o usuário mais tempo online.

4. O jeito de digitar

O que se digita e como se digita também revela muito. Aplicativos podem registrar textos apagados antes de serem enviados, além da velocidade de digitação, erros e uso de gírias. Isso permite identificar o estado emocional da pessoa, sua região e até traços de personalidade.

Essas formas de rastreamento mostram como o celular pode coletar informações sem recorrer à câmera ou ao microfone. Por isso, é importante estar atento às configurações de privacidade e aos aplicativos instalados.

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