São Paulo, 21/05/2025 - A demanda por profissionais com habilidades em IA cresceu 21% ao ano desde 2019. O ritmo está muito acima da oferta disponível no mercado desses profissionais, de acordo com a consultoria Bain & Company, que realizou a pesquisa.
Como reflexo, os salários desses especialistas subiram 11% anualmente, superando o crescimento médio global, que gira em torno de 4%. Os números apontam para a escassez de talentos qualificados, um cenário considerado pelas empresas como o maior obstáculo para alavancar a implementação da inteligência artificial no mundo corporativo.
Os dados fazem parte da quarta edição da pesquisa Bain IA Brasil 4ª edição, que ouviu vices-presidentes e o C-level de aproximadamente 100 companhias de 13 setores, com faturamentos de R$ 40 milhões a R$10 bilhões.
“Além da falta de especialistas, as empresas enfrentam o desafio de atrair e reter talentos em um mercado altamente competitivo", afirma Lucas Brossi, líder da prática de inteligência artificial na Bain. De acordo com ele, é preciso levar em conta que os profissionais mais qualificados evitam empresas que operam com tecnologias ultrapassadas e preferem trabalhar em ambientes que oferecem desafios técnicos avançados e uma cultura de inovação.
"Outro entrave é que muitas organizações ainda adotam uma abordagem genérica na contratação para cargos de tecnologia, sem um alinhamento claro entre as necessidades do negócio e as habilidades exigidas para o cargo”.
Na visão da consultoria, é essencial as organizações definirem com precisão as áreas onde a
IA pode gerar maior impacto e buscar talentos com especializações adequadas a esses desafios. Feito isso, deve-se, então, alinhar os perfis buscados às necessidades reais do negócio. Ao mesmo tempo, é preciso investir em infraestrutura moderna de ferramentas avançadas, porque as tecnologias obsoletas afastam especialistas e são empecilho à retenção de talentos.
"A IA não pode ser um projeto isolado dentro do setor de TI. Por isso, as empresas devem promover uma cultura organizacional que incentive a experimentação, a colaboração entre equipes e a aplicação da IA em diferentes áreas do negócio", afirma Brossi. "Empresas que investirem na qualificação de seus times e modernizarem suas abordagens estarão mais bem posicionadas para se manter na liderança da revolução da inteligência artificial.