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Festa da firma expõe cultura da empresa e requer comportamento adequado

Fauxels / Unsplash

A celebração é esperada por funcionários, revela aspectos da cultura da empresa e requer conduta apropriada dos participantes - Fauxels / Unsplash
A celebração é esperada por funcionários, revela aspectos da cultura da empresa e requer conduta apropriada dos participantes
Claudio Marques
Por Claudio Marques claudio.marques@viva.com.br

Publicado em 07/12/2025, às 10h34

São Paulo, 07/12/2025 - Está tudo pronto para o evento. Decoração, comes e bebes no lugar. Evento muito ansiado, por isso mesmo gera expectativas entre os funcionários, que esperam se divertir ao lado dos colegas de trabalho. Mas a famosa festa da firma, é mais do que uma celebração: é também um momento de integração entre os colaboradores e tem o objetivo de fortalecer o clima organizacional.

Além disso, a confraternização também representa uma oportunidade de networking, de reconhecimento dos resultados da equipe e de incentivo. Ela contribui ainda para dar valor ao senso de pertencimento. E ganha até mais importância quando uma parte da equipe trabalha remotamente, pois é o momento em que todos podem se encontrar de forma presencial.

Milena Brentan sentada, de braços cruzados, cabelos pretos presos, usando blazer azul marinha e calça bege
A psicóloga Milena Brentan diz que a confraternização reflete a cultura da empresa - Divulgação

“A festa mostra muito da cultura da empresa”, diz a psicóloga e consultora especializada em desenvolvimento de lideranças e cultura organizacional Milena Brentan. Autora do livro "Guia para novos líderes: e para quem quer ir além", Brentan foi responsável, entre outros trabalhos, por estruturar e liderar o RH do Airbnb na América Latina, acompanhando a empresa da fase de startup até o IPO. 

Investimento

Para algumas organizações, a celebração é despesa, para outras, investimento. “Investimento  no clima organizacional, na motivação da equipe e na cultura da empresa, pois acredita-se que contribui para o engajamento e o bem-estar dos funcionários”, afirma Rodrigo Vianna, CEO da Mappit e co-fundador do Talenses Group, holding especializada em recrutamento e capital humano.

Tanto Brenban quanto Vianna dizem desconhecer estudos para apurar essa relação entre a festa e o engajamento. “Muitas empresas realizam pesquisas de clima ou coletam feedbacks qualitativos para avaliar o impacto da confraternização. Algumas observam melhorias na motivação e no relacionamento interpessoal após o evento”, diz ele.

“O que a gente sabe é que, de forma geral, as pessoas pedem a confraternização. É um evento altamente esperado pelo público das empresas. Não conheço um estudo que fale do engajamento, mas se não houver a festa, provavelmente o pessoal vai reclamar e pode ser que o engajamento sofra”, afirma Brentan. 

“Se ela não ocorrer, pode gerar um sentimento de falta de reconhecimento ou até um receio por um momento mais crítico da empresa, o que pode afetar o clima organizacional e o sentimento de pertencimento”, acrescenta Vianna.

A head de RH Larissa Carvalho acredita que a descontração que ocorre em uma festa pode resultar em um fortalecimento das conexões internas. “As pessoas podem, por meio dessa conexão, se tornarem mais colaborativas e mais engajadas”. Ela também chama a atenção para a importância de realizar um evento inclusivo

Reforço à cultura

Algumas empresas aproveitam a festa para reconhecer e premiar talentos, fortalecendo a cultura interna. As celebrações também podem enviar sinais a respeito dos resultados da empresa. Caso o desempenho não seja explicitado verbalmente, a dimensão e o porte do evento em relação a anos anteriores já é uma mensagem passada aos colaboradores.

De pé, Larissa Carvalho sorri para a câmara, usando blusa verde e calça bege; cabelos pretos estão presos
Larissa Carvalho ressalta a importância de a festa ser inclusiva - Divulgação

Mas nem sempre as empresas fazem festas. A confraternização pode ocorrer em um almoço ou jantar ou até mesmo em um encontro descontraído em um bar, a depender do porte e condições da companhia.

“Eu já passei por empresas que gostava de fazer coisas muito elaboradas, como levar todo mundo para um hotel ou curtir uma praia”, conta Carvalho. “Já passei por empresas com restrição financeira maior, e conseguíamos levar as pessoas para um bar dentro da cidade mesmo, algo um pouco mais descontraído”, acrescenta. 

Não dê vexame

Falar da festa da firma também é falar do comportamento dos colaboradores no evento. “É preciso lembrar lembrar que, embora as pessoas estejam em uma celebração, ainda assim é um ambiente profissional e são responsabilizadas pelos seus próprios dados. Eu já vi desligamento de gente porque houve uma situação de um assédio na festa”, relembra Brentan.

Há, portanto, necessidade de evitar exageros e comportamentos inadequados.

“É natural que as pessoas relaxem e celebrem, mas o fato de o evento ocorrer fora da sede da empresa não significa que as regras de conduta deixam de existir. A confraternização é uma extensão do ambiente corporativo”, diz Eliane Aere, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos - São Paulo (ABRH-SP).

Um guia elaborado pela ABRH-SP oferece recomendações para colaboradores e líderes da firma. Veja a seguir alguns pontos de destaque da publicação:

Para colaboradores

Beba com moderação – Lembre-se de que o evento é corporativo, não uma balada.
Evite conversas polêmicas – Política, religião e fofocas do escritório são temas que podem gerar atrito.
Cuidado com as redes sociais – Fotos e vídeos de colegas sem consentimento podem causar desconforto e até repercussão negativa.
Mantenha o respeito – Não confunda descontração com intimidade.

Para líderes

Dê o exemplo – O comportamento da liderança é o que define os limites do evento.
Acolha sem excessos – Estimule o clima leve, mas sem incentivar exageros.
Evite conversas avaliativas – A confraternização não é o momento para feedbacks ou cobranças.
Atenção ao pós-evento – Caso algo saia do controle, conduza o tratamento do tema de forma ética e sigilosa, preservando os envolvidos.

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