São Paulo, 01/09/2025 - A idade média dos CEOs contratados nos últimos cinco anos por empresas listadas na B3 caiu. É o que apurou um estudo da Heidrick & Struggles, consultoria global em liderança executiva. Segundo a pesquisa 2025 Board Monitor, a idade média dos executivos contratados caiu de 58 anos em 2021 para 56 anos em 2023, refletindo uma tendência de renovação na liderança corporativa. E entre as 98 vagas preenchidas no ano passado, 56% dos executivos tinham até 54 anos.
De acordo com a
Heidrick & Struggles, o fato demonstra maior abertura para profissionais mais jovens assumirem posições estratégicas. Apesar disso, o perfil mais experiente ainda é valorizado: 38% dos contratados já estavam aposentados antes de serem chamados para o cargo, evidenciando a busca por conhecimento consolidado e experiência robusta, segundo a empresa.
“Vemos simultaneamente a valorização de executivos experientes e a entrada de profissionais mais jovens, que trazem ritmo, inovação e novas perspectivas para o mercado. Essa pequena queda na idade média é significativa para empresas tradicionais e deve continuar nos próximos anos”, afirmou Natasha La Marca, sócia da Heidrick & Struggles no escritório de São Paulo, ressaltando que essa mudança aponta para uma quebra de paradigmas.
Experiência prévia
Em relação à experiência prévia, 62% dos contratados em 2024 já haviam atuado em conselhos públicos, enquanto 37% assumiram cargos em empresas listadas na bolsa pela primeira vez — uma queda considerável em comparação com 2023. Além disso, 32% dos executivos possuem experiência em comitês de sustentabilidade, 18% têm vivência internacional, e 51% passaram por diferentes setores da economia.
Em termos de formação, 40% têm mestrado, 23% MBA, 26% graduação e apenas 6% doutorado. A maioria dos novos C-Levels são brasileiros (94%), com estrangeiros representando apenas 6% das contratações.
Por fim, a pesquisa destaca que a representatividade feminina ainda é um desafio: mulheres ocupam apenas 20% das vagas, uma redução de 33% em relação ao ano anterior. “Embora tenha havido avanços em relação ao passado, a presença feminina nos conselhos ainda é insuficiente. Empresas e mercado precisam agir para reverter essa desigualdade”, conclui La Marca.
Preconceito e reinserção
O preconceito etário é visto como o principal obstáculo para a reinserção no mercado. Pesquisa realizada pelas consultorias Robert Half e Labora indica que cerca de 70% das empresas contratam pouco ou nenhum profissional acima de 50 anos. Mulheres, especialmente negras e pertencentes à comunidade LGBTQIAP+, são as mais afetadas por enfrentarem múltiplas formas de discriminação, o que torna a recolocação mais desafiadora.
No mundo corporativo, 5% é, em média, o porcentual de profissionais 50+ nas empresas, de acordo com dados da Maturi, empresa que atua em busca da empregabilidade para esta faixa etária.
A empresa dá dicas para o profissional 50+ se reinserir no mercado de trabalho:
Atualização constante: invista em cursos on-line e presenciais para manter-se competitivo e atualizado com as demandas do mercado.
Networking ativo: participe de eventos, grupos profissionais e utilize plataformas como LinkedIn para expandir sua rede de contatos.
Currículo estratégico: destaque suas experiências relevantes e habilidades adquiridas ao longo da carreira, adaptando seu currículo para cada oportunidade.
Flexibilidade e abertura: esteja aberto a novas áreas de atuação e formatos de trabalho, como consultorias e projetos temporários.
Preparação para entrevistas: enfatize sua experiência, capacidade de adaptação e disposição para aprender durante as entrevistas