Foto: Envato Elements
Por Joyce Canele
[email protected]A Governança Corporativa é um sistema essencial para orientar e monitorar organizações, com o objetivo de gerar valor sustentável no longo prazo.
Na prática, ela estrutura a atuação dos agentes de governança e dos demais envolvidos, promovendo o equilíbrio entre os interesses de sócios, colaboradores, sociedade e meio ambiente.
Esse sistema é fundamentado por princípios que, quando aplicados corretamente, criam um ambiente de confiança e responsabilidade nas relações internas e externas.
Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), os princípios básicos que norteiam as boas práticas são: integridade, transparência, equidade, responsabilização e sustentabilidade.
Significa agir com ética e coerência entre discurso e prática, evitando conflitos de interesse.
Já transparência envolve fornecer informações verdadeiras, claras e relevantes, não se limitando apenas ao desempenho financeiro, mas incluindo aspectos sociais, ambientais e de governança.
Equidade pressupõe tratar todos os envolvidos com justiça, considerando direitos, deveres e expectativas.
Exige que os gestores atuem com diligência, prestem contas e assumam as consequências de seus atos.
E por fim, sustentabilidade, reforça o compromisso com a viabilidade da empresa, buscando reduzir impactos negativos e ampliar os positivos sobre a sociedade e o meio ambiente.
No cenário internacional, a discussão sobre governança se intensificou nos anos 1990, após escândalos contábeis que expuseram falhas graves de controle. Em 1992, o Reino Unido lançou o Relatório Cadbury, considerado o primeiro código de boas práticas.
Na mesma época, a General Motors também publicou seu próprio conjunto de diretrizes. Pouco depois, uma pesquisa do fundo Calpers revelou que a maioria das maiores empresas norte-americanas já utilizava manuais internos de governança.
A chamada teoria do agente-principal, apresentada por Jensen e Meckling em 1976, destacou os conflitos que podem surgir quando os executivos, contratados pelos acionistas, passam a agir em benefício próprio. Para alinhar interesses, sugerem-se práticas de monitoramento e controle, base para o que hoje se entende por governança corporativa.
No Brasil, o tema ganhou força com as privatizações e a abertura do mercado na década de 1990. Em 1999, foi lançado o primeiro Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa do país, marco importante para a difusão de práticas mais transparentes, éticas e responsáveis.
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