Marcelo Camargo/Agência Brasil
Publicado em 06/11/2025, às 15h16 - Atualizado às 16h39
São Paulo, 06/11/2025 – Você mora em uma cidade com 50 mil habitantes ou mais e quer saber como ela se comporta no retorno dos impostos em políticas públicas? A ferramenta Retornômetro – ferramenta desenvolvida pela consultoria especializada em dados, Assertif – promete mensurar esse retorno por meio de um índice de 0 a 1.000, oferecendo um panorama da eficiência da gestão municipal em prestar contas e trabalhar ativamente em propostas e ações que beneficiem a sociedade.
A navegação pela plataforma é gratuita e possibilita comparar até três municípios brasileiros simultaneamente, com gráficos que mostram o desempenho nos três eixos – Viver, Prosperar e Governar. Outra página traz um esboço do mapa do Brasil, permitindo uma exploração interativa e didática.
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Até o momento, o índice avaliou 396 municípios, o que representa pouco mais de 60% das cidades brasileiras com mais de 50 mil habitantes. Os dados foram raspados de portais da transparência, normalizados e atualizados de forma constante, como detalha o mestre em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e doutorando em Economia Aplicada pela Universidade de São Paulo (USP), Fernando Vieira, que auxiliou no desenvolvimento da tecnologia.
“Estamos comparando grandezas diferentes, como um orçamento público que está em bilhões de reais com um Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) que vai de zero a mil. É complicado, mas ao mesmo tempo, são números que estão afetando um ao outro, sem verba eu não resolvo a educação.” Ele explica que, para a normalização ocorrer, é preciso colocar em uma mesma unidade de medida os dois dados.
“O índice não é para um economista ou matemático, o índice é para o cidadão olhar e cobrar o prefeito. E ali, o eixo que ele deve mais se atentar é o Viver, que avalia o impacto direto dos investimentos públicos no bem-estar da população”, aponta.
O eixo Viver, que mensura as políticas públicas e serviços para a sociedade, como acesso à saúde, educação básica, infraestrutura urbana e segurança, tem o maior peso entre as três categorias, de 40%. Já o Prosperar (30%) mostra se o município oferece condições para que as empresas e, consequentemente, os habitantes prosperem, vivam melhor e se desenvolvam naquele local.
A última categoria, Governar (30%), possibilita medir a eficiência fiscal, a transparência e os custos administrativos do município. “Ele é o mais vinculado diretamente a essa questão da capacidade administrativa e potencial de retorno de cada administração pública municipal em relação ao que ela toma em recursos do cidadão”, explica o desenvolvedor Fernando Vieira.
Apesar de os municípios paulistas dominarem o top 10 – com Osasco em primeiro lugar no ranking, somando 783,3 pontos –, o melhor resultado regional foi registrado no Sul do País, que alcançou média de 526,6. Outro ponto que chama atenção é que nenhuma cidade brasileira atingiu 800 pontos no índice, marca necessária para considerar o retorno excelente.
O pior desempenho foi registrado no município de Bayeux, na Paraíba (PB), que marcou 99,4 no índice final – mas o resultado mais baixo no eixo Viver ficou com Codó (MA), que zerou a categoria, mas aparece na penúltima posição geral.
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