Presidente da Amar Brasil, entidade suspeita de fraudar INSS, se cala na CPI
Waldemir Barreto/Agência Senado
São Paulo, 05/12/2025 – O presidente da Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB), Américo Monte Júnior, entidade investigada por desvios de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), prestou depoimento na tarde de quinta-feira, 4, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). Durante a sessão, o empresário permaneceu em silêncio.
O executivo foi beneficiado por um habeas corpus concedido pelo ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), que lhe permitiu não responder aos questionamentos dos parlamentares. As informações são do Senado Federal.
Leia também: CPI do INSS convoca dono do Banco Master e Romeu Zema, governador de MG
O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (PL-AL), declarou que Monte Júnior, que recebeu auxílio emergencial entre 2020 e 2021, tornou-se "multimionário" em quatro anos, mas que o desafio é apurar se o enriquecimento é lícito ou não. Ele apontou ainda que o empresário pode ter recebido mais de R$ 700 milhões de entidades associativas, obtidos por meio de fraudes.
Irritado com o silêncio, o senador Sergio Moro (União-PR) chamou o depoente de "lavador de dinheiro profissional".
Em novembro, a Amar Brasil foi alvo de um segundo lote de ações cautelares contra envolvidos na fraude ao INSS. Ao todo, foram bloqueados R$ 3,92 bilhões em bens de investigados ligados à entidade e a outras 14 associações.
Esta semana, subiu para 3,9 milhões o número de vítimas da fraude do INSS restituídas pelo governo federal. Segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já foram devolvidos R$ 2,6 bilhões a aposentados e pensionistas que sofreram descontos indevidos nos benefícios entre março de 2020 e março de 2025.
Comentários
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.
