CPI do INSS convoca dono do Banco Master e Romeu Zema, governador de MG
Banco Master | Marcello Casal Jr/Agência Brasil
São Paulo, 05/12/2025 - A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que apura fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), convocou o dono do Banco Master, Daniel Vocaro, e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Ainda não há data para os depoimentos. A CPI investiga suspeitas de irregularidades na oferta de empréstimos consignados a beneficiários do INSS.
O Banco Master – que teve novas concessões de crédito consignado suspensas em outubro – sofreu liquidação extrajudicial, anunciada pelo Banco Central como consequência da Operação Compliance Zero, da Polícia Federal (PF), em novembro. A ação resultou na prisão de Vocaro, solto desde o último sábado (29).
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Segundo as investigações da PF, o empresário teria cometido fraudes em operações no mercado financeiro, que podem somar R$ 12 bilhões. A suspeita é que o Banco Master vendia títulos ao Banco de Brasília (BRB) e, após fiscalização do Banco Central, substituía-os por outros ativos sem avaliação técnica adequada.
Financeira
O governador mineiro foi convocado, com ressalvas da oposição, a esclarecer a relação da Zema Financeira, instituição à qual está ligado, na oferta de empréstimos a beneficiários do Bolsa Família.
A empresa teria se beneficiado da Medida Provisória (MP) 1.106/2022, editada no governo Jair Bolsonaro, que autoriza essa modalidade de crédito dentro do programa Auxílio Brasil.
Antes da votação do requerimento, o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Pode-MG), leu ofício no qual Zema informa ter deixado a administração da empresa após vencer as eleições de outubro de 2018. O deputado Rogério Correia (PT-MG), autor do pedido, sustenta, porém, que o governador mantém 16,41% das ações da companhia.
Convocações de Messias e Lulinha negadas
A CPMI rejeitou a convocação do advogado-geral da União, Jorge Messias, cogitado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o Supremo Tribunal Federal (STF).
O requerimento foi apresentado pelo senador Rogério Marinho (PL-RN), que queria explicações sobre os motivos de a AGU não investigar todas as associações de aposentados e pensionistas com acordos de cooperação técnica (ACTs) ativos com o INSS.
Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente, também teve a convocação rejeitada. O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) o apontou por supostas ligações com Antônio Carlos Camilo Antunes, o "Careca do INSS".
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