São Paulo, 05/11/2025 - O número de brasileiros que vivem sozinhos aumentou nas últimas duas décadas, mas está muito abaixo do registrado em diversos outros países do mundo. Segundo novos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quarta-feira, 5, na pesquisa Nupcialidade e Família, a maioria da população do País (80,9%) vive com pelo menos um cônjuge ou um parente. Entre 2010 e 2022, o número de domicílios brasileiros em que vivia apenas uma pessoa passou de 12,2% para 19,1%.
A título de comparação, o
IBGE compilou alguns dados de países estrangeiros, onde a realidade domiciliar é bem diferente da brasileira.
Na Finlândia, por exemplo, a porcentagem de pessoas que vivem sozinhas é de nada menos que 45,34%. No Reino Unido, os solitários representam 30%, enquanto nos Estados Unidos, 27,5%.
Os números de outros países só começam a ficar mais parecidos com os nossos na América Latina. Na Argentina, os lares formados por uma só pessoa representam 16,2%. No México, são somente 12,4%.
União conjugal
Novos dados do Censo 2022 revelam que a porcentagem de pessoas vivendo em união conjugal aumentou ligeiramente nas últimas décadas, passando de 49,5% em 2000 para 51,3% em 2022. Por outro lado, a porcentagem de pessoas que se separaram passou de 11,9% para 18,6%. O grupo de pessoas que nunca viveram em união conjugal passou de 38,6% para 30,1%.
Os novos dados mostram uma mudança significativa no principal responsável pela família, mostrando que as mulheres têm uma participação cada vez maior no sustento dos lares. De 2000 para 2022, o percentual de famílias com responsáveis do sexo masculino recuou de 77,8% para 51,2%. Já o percentual de famílias cujo responsável era mulher cresceu de 22,2% para 48,8%.
Casamentos
O censo tambem relevou que os brasileiros estão deixando de lado o casamento religioso e preferindo o registro civil ou apenas a união consensual - que hoje, pela primeira vez, é modalidade mais frequente no País.
De acordo com os novos números, em 2022, 51,3% da população com 10 anos ou mais do país vivia em união conjugal, uma porcentagem praticamente igual à registrada em 2010 (50,1%). Entretanto, nas últimas duas décadas, houve uma alteração significativa na escolha do arranjo conjugal.
Entre 2000 e 2022, a porcentagem de brasileiros casados no religioso e no civil recuou quase dez pontos porcentuais, passando de 49,4% para 37,9%. A proporção de casamentos somente no civil cresceu de 17,5% para 20,5% no mesmo período. Já a porcentagem de pessoas vivendo em união consensual subiu de 28,6% para 38,9%, tornando-se a forma de união mais frequente no Brasil.
A união consensual é mais frequente na população até os 39 anos, mostrando que se trata de uma escolha, sobretudo, dos mais jovens, segundo os pesquisadores. Por outro lado, o casamento no religioso e no civil é mais frequente entre aqueles com mais de 40 anos.
O casamento no religioso e no civil também é a opção mais frequente entre as faixas de rendimento domiciliar acima de um salário mínimo, enquanto a união consensual é a primeira escolha entre os mais pobres.