Foto: Reprodução
Por Beatriz Duranzi
[email protected]São Paulo, 22/06/2025 - Como já disse a atriz Fernanda Torres: os memes são “a maior forma de arte da atualidade”. Isso resume bem o impacto cultural desse fenômeno: os memes ultrapassaram o riso fácil e se consolidaram como linguagem, registro do nosso tempo e expressão coletiva das emoções e absurdos do cotidiano.
No Brasil, terra fértil para esse tipo de humor espontâneo, alguns bordões se eternizaram. Abaixo, revisitamos alguns dos memes mais icônicos da internet brasileira, explicando como surgiram e por que seguem vivos na memória e nas redes.
Nascido da novela Beleza Pura (2008), com Carolina Ferraz interpretando uma milionária, o bordão “Eu sou rica” ganhou vida própria online. A atriz reviveu o meme anos depois, reconhecendo o impacto e sua força como expressão de empoderamento e humor. Viralizou por capturar a vaidade de modo divertido e ressoar em uma cultura celebradora do luxo irônico.
Em 2014, um vídeo caseiro de Geovanna dançando próximo a um forno viralizou quando ele desabou sobre ela. Sua prima gritou “Eita, Geovanna!”, e a frase viralizou instantaneamente. O meme virou referência ao azar inesperado, usado em memes “exploitáveis” em várias versões, incluindo versões comparando outras falhas ao forninho.
Em 2015, a pequena Julia Ruffato (Maceió) improvisou no refrão de "Dark Horse", de Katy Perry, mudando para “Meu nome é Júlia”. O vídeo viralizou, tornando-se uma marca nacional. Mais de uma década depois, fãs cantaram o verso no show da cantora no Rock in Rio 2024, prova viva do meme que atravessou gerações.
O vídeo de inscrição de Inês Brasil para o BBB em 2012-13 viralizou: espontânea, cheia de energia e frases como “Alô, alô, graças a Deus” marcaram presença na cultura digital. A reação extrapolou a internet e consolidou sua carreira midiática, com presença em programas de TV e campanhas, inclusive recente colaboração publicitária com a Globo.
Originado dos “rolezinhos” nos shoppings e parques de 2013‑14, o termo emergiu em entrevistas com jovens que adotaram o bordão. O meme “Eu sou rolezeira” viralizou e capturou o espírito coletivo da juventude periférica e urbana. Ainda hoje, há remixes atuais evocando a identidade “rolezeira”.
Em 2012, Carla Beatriz, então com 12 anos, respondeu a um repórter da TV Bahia descrevendo seu look junino: “Um vestido, com a blusa amarrada aqui, com a bota e meu cabelo solto de prancha.” A fala virou meme pela construção espontânea e sonoridade divertida. O bordão ressurge periodicamente em clips nostálgicos na internet.
Esses memes conectaram-se ao imaginário coletivo por refletirem a cultura brasileira de forma autêntica, divertida e facilmente replicável. Sejam novelas, entrevistas locais ou vídeos amadores, mostraram que o poder da internet está nas vozes genuínas e repetíveis.
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