Virada Sustentável celebra 15 anos de história com programação gratuita e diversa

Gabriel Zerra

Um novo mural produzido pelo artivista Mundano, localizado no número 930 da Rua Jaceguai, já está visível aos olhos de quem passa por lá - Gabriel Zerra
Um novo mural produzido pelo artivista Mundano, localizado no número 930 da Rua Jaceguai, já está visível aos olhos de quem passa por lá
São Paulo, 16/09/2025 - Acontece entre os dias 17 e 21 de setembro o maior festival de sustentabilidade da América Latina, a Virada Sustentável 2025. O evento, realizado em São Paulo, está completando 15 anos de existência com 55 edições promovidas em diversas cidades do País, sempre promovendo conversas e experiências criativas para proximar o público a temas como mudanças climáticas, consumo consciente, água, biodiversidade, mobilidade urbana, cidadania, inclusão social, justiça climática, entre outros.
No Centro Cultural São Paulo (CCSP), marco cultural e arquitetônico paulistano, o público terá acesso a intervenções artísticas e culturais diversas. Está previsto show da cantora paulistana Mariana Aydar, com um repertório com influências do forró e da música brasileira contemporânea. Haverá também apresentação de Gosto, novo álbum de Thiago Ramil, indicado ao Grammy latino, em parceria com o compositor Dona Conceição, destacando-se pela sonoridade plural – do samba ao ijexá (grupo étnico Iorubá da Nigéria e a um ritmo musical de matriz africana), passando pelo reggae e pagodão baiano.
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O CCSP também abrigará uma programação especial dedicada aos 50 anos do hip hop. Como parte do roteiro em celebração ao gênero, se apresentam RAPadura Xique-Chico, rapper cearense que une rap a cadências nordestinas, a cantora Lirys, que passeia por ritmos da cultura popular como maracatu e capoeira, e DJ Daniel Tamenpi, à frente do projeto Só Pedrada Musical, referência na difusão da música negra, hip-hop e afrobeat. 
Serão montadas instalações artísticas de artistas como Lixomania e Oxil, reconhecidos pela atuação na arte urbana, como o grafite e o pixo, além da instalação Insalubre de SpParis, que denuncia o ciclo destrutivo da fast fashion e seus impactos socioambientais. As obras estimulam reflexões sobre consumo e resíduos.
Araquém Alcântara, um dos precursores da fotografia de natureza no Brasil, é outro atrativo do festival no CCSP, onde será apresentada uma exposição especial, além de sessão do filme de Anna Muylaert, A Melhor Mãe do Mundo. 
“A ocupação do Centro Cultural São Paulo neste ano é muito significativa pela própria proposta do espaço, que é o mais charmoso ponto de encontro de diversas linguagens artísticas e comunidades da cidade e corrobora com a nossa proposta de programação e transmissão de mensagens”, comenta Mariana Amaral, também cofundadora da Virada.
Na Casa das Rosas, museu-casa situado na Avenida Paulista que abriga diversas manifestações culturais, funcionará uma feira de brechós, exposições, música, além da roda de conversa Raízes da Resistência, com a ativista indígena Txai Suruí, Jaci Martins do povo Guarani Mbya, Day Moreira também ativista indígena, com mediação de Chirley Pankará, pedagoga, mestre em educação e ativista ambiental.
Na Aldeia Pindomirim, situada na Terra Indígena Jaraguá, mais uma atividade especial compõe a programação da Virada: trata-se de uma exposição inédita na cidade, com imagens do projeto Ruínas Florestais, do fotógrafo e jornalista brasileiro Rafael Vilela, vencedor do POY-Latam 2025, importante certame de fotografia documental iberoamericana. A exposição estará em São Paulo pela primeira vez após temporada em Londres, no Reino Unido.
Na Zona Oeste da cidade, na ciclovia às margens do Rio Pinheiros, uma instalação artística impactante vai chamar a atenção: a Capivaras, escultura inflável de quatro metros de altura, na forma desse animal, representando uma fêmea e seu filhote. Criada pelo artista Eduardo Baum, a obra simboliza o papel silencioso desses grandes roedores no equilíbrio ambiental. 
A arte do muralismo também integra a programação da VS 2025 em São Paulo. Um novo mural produzido pelo artivista Mundano, localizado no número 930 da Rua Jaceguai, já está visível aos olhos de quem passa por lá. A obra, de 195,5 metros quadrados, é uma homenagem às catadoras e aos catadores de materiais recicláveis. Foi feita com tintas produzidas a partir de cinzas da floresta queimada na aldeia Anambé, localizada no estado do Pará, no Norte do Brasil. Também foram usadas argilas coletadas nas ilhas de Cotijuba e Caratateua em Belém, da Terra Indígena Munduruku — situada em regiões e territórios diferentes nos estados do Pará, e no rio Tapajós, além da lama retirada das obras da preparação para a COP30, que será realizada na capital paraense.
A variedade da programação se estende a espaços públicos em diversas regiões da cidade, tais como unidades de Centros Educacionais Unificados (CEUs), unidades do Sesc, Unidades Básicas de Saúde (UBSs), parques e entre outros.
“Esta edição é um marco para a Virada Sustentável; afinal são 15 anos aproximando a agenda climática e a sustentabilidade da população paulistana de uma forma criativa e coletiva, principalmente — e, nos dias atuais estas agendas se tornam ainda mais urgentes”, afirma André Palhano, cofundador do festival. 
Veja a programação completa aqui.

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