Foto: reprodução arquivo Prime Video
Por Joyce Canele
[email protected]Rever uma série de TV pode ser mais do que um hábito de conforto. Para muitas pessoas, esse costume frequente de repetir episódios já vistos, às vezes em um intervalo curto de tempo, pode ter efeitos positivos para a saúde emocional.
De acordo com estudo publicado no Sage Journals, a explicação está no impacto da nostalgia no cérebro. A neurociência mostra que a nostalgia aparece quando experiências sensoriais atuais, como ver uma série, se conectam a lembranças e sentimentos do passado. Isso ativa a liberação de dopamina, um neurotransmissor associado ao prazer, motivação e bem-estar. Quando nos reconectamos com essas lembranças, nosso humor melhora e temos a sensação de reviver momentos bons.
As escolhas que fazemos ao repetir certos programas estão ligadas às nossas memórias, valores e experiências pessoais. Por isso, muitas vezes sentimos conforto com episódios já conhecidos e podemos nos frustrar quando uma nova versão de algo que gostamos tenta substituir o original.
Durante a pandemia, esse comportamento se intensificou, os dados da agência Nielsen mostram que, nos Estados Unidos, o programa mais assistido em 2020 foi The Office, encerrado anos antes. A pesquisa indicou que 64% das pessoas entrevistadas assistiram novamente a alguma série durante o confinamento, sendo que 43% buscaram conteúdos ligados à nostalgia.
O período de incerteza e isolamento aumentou o desejo por segurança. Voltar a assistir séries conhecidas deu às pessoas uma sensação de refúgio, ajudando a enfrentar um tempo marcado pela instabilidade. Além disso, rever personagens já amados dava uma sensação de previsibilidade. Saber o que acontece com eles trazia um conforto emocional diante das incertezas da vida real.
Mesmo sendo fictícios, os laços com personagens de séries podem parecer reais. Esses vínculos ajudam a diminuir a sensação de solidão e reforçam o sentimento de pertencimento. Quando ressaltamos essas histórias, sentimos uma mistura de emoções, alegria, tristeza, saudade.
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