Nostalgia é doença? Conheça a história por trás do sentimento

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No século 20, ela deixou de ser considerada uma doença e passou a ser reconhecida como uma emoção humana comum - Foto: Envato Elements/Image-Source
No século 20, ela deixou de ser considerada uma doença e passou a ser reconhecida como uma emoção humana comum

Por Joyce Canele

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Publicado em 17/04/2025, às 21h53

​A nostalgia é um sentimento que envolve saudade de tempos passados, e sua compreensão mudou ao longo do tempo.

Originalmente, no século 18, o médico suíço Johannes Hofer descreveu uma doença chamada "nostalgia", derivada do grego "nóstos" (regresso ao lar) e "álgos" (dor), de acordo com o The Atlantic.

Acreditava-se que ela causava sintomas como letargia, depressão, confusão, palpitações cardíacas, feridas abertas e distúrbios do sono, podendo até ser fatal para as vítimas.

Com o tempo, a visão sobre a nostalgia mudou. No século 20, ela deixou de ser considerada uma doença e passou a ser reconhecida como uma emoção humana comum.

Especialistas passaram a entender que a nostalgia é uma resposta emocional natural a lembranças do passado, podendo trazer tanto sentimentos positivos quanto negativos. Ela não é mais vista como uma patologia, mas como uma parte normal da experiência humana.

Apesar de sua transformação, esse sentimento ainda é associado a decisões políticas consideradas irracionais, como sobre o triunfo do Brexit no Reino Unido. Nesses casos, a nostalgia é vista como uma explicação para escolhas políticas baseadas em sentimentos do passado em vez de argumentos racionais. ​

Essa associação da nostalgia com decisões políticas pode ser vista como uma tentativa de desqualificar certos movimentos ou escolhas, sugerindo que são baseados em emoções do passado em vez de análises racionais. No entanto, é importante reconhecer que o sentimento é uma emoção legítima e que pode influenciar as pessoas de maneiras complexas.

Outro ponto importante é que a nostalgia pode ser despertada por diferentes estímulos, como músicas, cheiros, fotos ou até certos lugares. Esses gatilhos fazem a mente viajar no tempo e reviver experiências marcantes. Isso mostra como a memória afetiva tem um papel forte na forma como nos sentimos e como tomamos decisões.

Por fim, embora a nostalgia possa causar certa tristeza por aquilo que passou, ela não é algo ruim. Quando sentida com equilíbrio, pode ser uma forma de reconectar-se com quem somos, com nossa história e com as pessoas importantes na nossa vida. Hoje, ela é vista como uma emoção humana rica e complexa, e não mais como uma doença a ser tratada.

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