Inflação faz 41,8% dos brasileiros buscarem atacadistas por preços melhores

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Alimentação é o grande vilão que tem levado o consumidor a cortar itens em seu carrinho - Adobe Stock
Alimentação é o grande vilão que tem levado o consumidor a cortar itens em seu carrinho

Por Fabiana Holtz, do Broadcast

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Publicado em 15/05/2025, às 17h13

São Paulo, 15/05/2025 - A alta nos preços tem levado 41,8% dos consumidores a comprar alimentos em atacadistas para economizar, segundo apurou pesquisa da Brazil Panels Consultoria, feita em parceria com a Behavior Insights. Para o levantamento foram ouvidos 1.056  brasileiros de todas as regiões do país entre 11 e 23 de março.  

Do público ouvido, 95,1% disse considerar que o custo de vida aumentou nos últimos 12 meses, 3% consideram que os preços permaneceram estáveis e 1,9% disse ter observado uma redução. Quase a totalidade dos entrevistados (97,2%) afirmou ter percebido uma maior aceleração nos preços dos alimentos.  Reflexo dessa avaliação, para 94,7% a alimentação foi o setor mais atingido pela alta dos preços.

Mercados de bairro

Buscar refúgio nas redes atacadistas se mostrou, aliás, apenas um dos caminhos escolhidos pelos consumidores para driblar a inflação. Segundo a pesquisa, 17,4% passaram a comprar em mercados de bairro para reduzir a quantidade de produtos adquiridos. Outros 5,2% preferiram buscar pelos bons preços nas feiras e somente 33,4% se disseram fiéis ao local de compra habitual.  

Claudio Vasques, CEO da Brazil Panels considera que houve uma mudança drástica nos hábitos de consumo da população brasileira diante da alta de preços. "A inflação não apenas impacta o orçamento, mas força uma reestruturação nas prioridades de consumo" disse. Vasques resssalta que, se quase 9 em cada 10 pessoas sentem o peso da inflação justamente no prato de comida, talvez seja o momento de olhar com mais atenção não só para o que está na mesa, mas para o que está faltando nela.  

E a mudança de comportamento não se limitou a busca por estabelecimentos mais baratos, o consumidor também reduziu a quantidade de itens no carrinho, o que é mais preocupante. Mais da metade da população (50,5%) deixou de comprar azeite, e 46,1% cortaram a carne bovina, segundo a pesquisa. Produtos básicos e tradicionais, como café (34,6%), ovos (20%), frutas e verduras (12,7%), leite (9%) e arroz (7,1%), também ficaram de fora das carrinhos de alguns consumidores.   

Horizonte desanimador

E para os próximos 12 meses as perspectivas dos consumidores não muda muito, visto que 65,9% dos brasileiros acreditam que o custo de vida continuará aumentando, e apenas 23% estimam uma alta mais suave de preços. 

Para conter essa alta de preços, os entrevistados sugerem medidas como a redução de impostos sobre produtos básicos (61,6%), controle de preços de itens essenciais, como alimentos e energia (55,6%), e reajuste do salário mínimo (35,6%).  

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