Estudo aponta o impacto de haver ou não amizades genuínas no trabalho

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78% consideram essencial ter “amizades verdadeiras” no trabalho e que laços genuínos tornam o dia a dia mais leve e prazeroso - Envato
78% consideram essencial ter “amizades verdadeiras” no trabalho e que laços genuínos tornam o dia a dia mais leve e prazeroso
Por Cláudio Marques claudio.marques@viva.com.br

Publicado em 21/08/2025, às 08h00

São Paulo, 21/08/2025 - Amizades no trabalho são coisa séria. Elas podem ter impacto na rotatividade de funcionárois (turn over), na produtividade e até na saúde do trabalhador. É o que mostra uma pesquisa feita pela empresa de benefícios Pluxee com mais de 2 mil respondentes de diferentes faixas etárias e áreas de atuação. Dos entrevistados, 78% consideram essencial ter “amizades verdadeiras” no trabalho. Para esses profissionais, os laços genuínos entre colegas tornam o dia a dia mais leve e prazeroso, além de ajudar a reduzir o estresse, aumentar a motivação e enfrentar melhor os desafios da rotina.

De acordo com a Pluxee, essas relações têm um peso mais estratégico do que se imagina. Em uma escala de 1 a 5, a média de 3,39 dos entrevistados indica que a presença (ou ausência) desses laços influencia diretamente sua decisão de permanecer ou não em uma empresa.
“Os dados reforçam o papel da amizade como um componente de pertencimento e segurança emocional – dois pilares fundamentais para a construção de culturas organizacionais saudáveis”, segundo o estudo divulgado no Conarh 2025.
Leia também: A importância das amizades duradouras com o passar dos anos
O problema é que  47% dos brasileiros afirmam se sentir sozinhos no trabalho, seja frequentemente ou às vezes. A pesquisa considera que esse dado é um alerta sobre a solidão corporativa e ressalta que é um fenômeno ascendente em ambientes digitais e conectados, repletos de tecnologia, reuniões e interações constantes. 
Na análise da Pluxee, a ausência de vínculos afetivos no ambiente profissional não só aumenta a sensação de isolamento, mas também amplifica a pressão, a ansiedade e o esgotamento. Mais da metade dos entrevistados (52%) reconhece que o excesso de tarefas prejudica seu desempenho, enquanto 32% já cogitaram se afastar ou trocar de emprego por conta do desgaste emocional; e 37%, de fato, já tomaram essa decisão.

Saúde mental

A diretora de Responsabilidade Social e Recursos Humanos da Pluxee, Fabiana Galetol diz que o isolamento faz com que as pessoas adoeçam mais. Segundo a executiva, o quadro ressalta a importância de se fazer um trabalho de conexões humanas. “A solidão corporativa não é simplesmente a falta de pessoas ao redor, mas a ausência de conexões significativas. Quando os vínculos reais entre colegas não existem ou são negligenciados, o ambiente se torna mais frio, a pressão aumenta e o sentimento de pertencimento se perde. Isso abre espaço para o esgotamento emocional, o isolamento, o desengajamento e, muitas vezes, a decisão de deixar a empresa”, afirma.
Quando as relações se fortalecem, o ambiente fica mais leve, a motivação aumenta e até a saúde emocional encontra espaço para florescer”.
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Fabiana Galetol diz que solidão corporativa é a ausência de conexões significativas - Divulgação / Pluxee
Ela lembra que em 2024 houve um número grande de afastamentos de pessoas pelo INSS por doenças mentais, 500 mil casos, e outros 3 milhões com atestados mas que não se afastaram por mais de 15 dias, por isso não estão no INSS. 
Fabiana Galetol argumenta que a criação de vínculos no trabalho não é algo que acontece por acaso. “É preciso intenção, sensibilidade e espaços onde as pessoas se sintam à vontade para se conectar de verdade."
Os próprios entrevistados dão os caminhos para se chegar a esse objetivo. Ações como happy hours, almoço e cafés coletivos (37%), eventos de integração e palestras (33%) e espaços informais de convivência (24%) foram citados entre as iniciativas mais eficientes para estimular vínculos reais.
A solução, segundo os entrevistados, consiste em criar momentos de encontro que sejam mais do que uma pausa, mas sim oportunidades para escuta, confiança e proximidade.
No entanto, apenas 33% reconhecem que suas empresas de fato incentivam a criação de laços entre colegas de forma clara e consistente, enquanto 45% dizem que apenas parcialmente e 22% afirmam que não há qualquer incentivo.

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