Banco Central adia a regulamentação do Pix Parcelado de olho em regulação

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Atraso no lançamento da padronização para essa nova modalidade do Pix pode ser de ao menos um mês - Adobe Stock
Atraso no lançamento da padronização para essa nova modalidade do Pix pode ser de ao menos um mês

Por Cícero Cotrim, da Broadcast

redacao@viva.com.br
Publicado em 29/09/2025, às 09h16
Brasília, 29/09/2025 - O Banco Central (BC) decidiu adiar o lançamento oficial do Pix Parcelado, originalmente agendado para setembro. Segundo apurou a Broadcast, a definição levou em conta critérios técnicos e o desenho da regulação. A avaliação é de que o modelo ainda precisa amadurecer no Fórum Pix, ambiente de discussão e coordenação dos diversos agentes de mercado. O atraso pode ser de ao menos um mês.

A informação sobre o adiamento do lançamento foi publicada primeiro pelo jornal O Globo e confirmada pela Broadcast.
Leia também: Pix Parcelado, lançado em setembro, pode beneficiar até 60 milhões de brasileiros

Inicialmente, quando o calendário foi publicado, a autoridade monetária avaliava que seria necessário lançar uma regulação para assegurar a facilidade de escolha da modalidade pelo usuário. No entanto, a adesão ao Pix Parcelado foi tão rápida que a preocupação mudou. Agora, a ideia é avaliar as práticas que o mercado vem adotando, e analisar se vai ser preciso proibir alguma delas.

Por causa da adesão, há quem considere que sequer faz sentido falar em "atraso" no lançamento. Uma pesquisa da Matera divulgada este ano mostrou que 53% dos consumidores haviam usado o Pix Parcelado entre setembro e outubro de 2024. A modalidade ficou atrás apenas do cartão de crédito, com 77%. A margem de erro do levantamento é de 3,64 pontos porcentuais para mais ou para menos.

Na última plenária do Fórum Pix, realizada em junho, o BC indicou que o regulamento do Pix Parcelado, padronizando a modalidade, seria lançado em setembro. Em março de 2026, o período de "convivência" entre o Pix Parcelado e os modelos privados terminaria. Uma nova reunião do grupo está agendada para acontecer na próxima quinta-feira, 2.

Internamente, há quem argumente que há poucos servidores para tocar a iniciativa, que tem caráter complexo, enquanto o BC também se esforça para aumentar a segurança do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Desde o início de setembro, a autarquia vem anunciando uma série de medidas nesse sentido, após uma sequência de ataques do crime organizado contra instituições financeiras.

Na última quinta-feira, durante uma entrevista coletiva para comentar o Relatório de Política Monetária (RPM), o presidente do BC, Gabriel Galípolo, evitou responder se a autarquia teria de atrasar a sua agenda de inovação por falta de recursos. Ele defendeu que é importante "destravar" a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de autonomia orçamentária e financeira "o mais rápido possível".

Procurado para comentar o atraso no calendário, o Banco Central não respondeu até a publicação desta matéria.

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