Foto: Envato Elements
Por Joyce Canele
redacao@viva.com.brSão Paulo, 14/08/2025 - A inadimplência ou a falta de controle financeiro no Brasil continua em alta, refletindo um cenário de juros elevados, baixa renda e, principalmente, ausência de educação financeira.
Um levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas, revelou que 37% dos consumidores com contas atrasadas há pelo menos três meses, residentes nas capitais brasileiras admitem não fazer gestão estruturada de seus ganhos e despesas. Entre eles, 17% afirmam que o controle é feito apenas 'de cabeça', sem qualquer registro formal.
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Inadimplência ocorre quando uma pessoa ou empresa não consegue pagar suas contas, ou compromissos financeiros até o prazo combinado.
Esse atraso pode gerar consequências negativas, tanto para quem está devendo quanto para a economia como um todo.
Diversos fatores podem levar alguém a essa situação, entre os mais comuns estão:
Compreender as causas da inadimplência ajuda a buscar soluções e a evitar que as dívidas se tornem um problema maior.
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As razões para essa falta de organização financeira vão além da simples desinteresse. Segundo o estudo, 16% relataram que já tentaram acompanhar os gastos, mas desistiram por não perceber resultados significativos.
Outros 15% apontaram falta de disciplina, e 14% citaram instabilidade de renda ou desconhecimento exato de seus ganhos como barreiras para manter o orçamento sob controle.
Por outro lado, a pesquisa mostra que 63% dos inadimplentes mantêm algum tipo de registro, sendo o caderno de anotações (27%) e planilhas no computador (23%) os métodos mais utilizados.
Entre aqueles que fazem esse acompanhamento, as anotações costumam focar em despesas essenciais, como alimentação, produtos de higiene, contas de luz e água, aluguel, condomínio e mensalidades escolares (85%).
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Além disso, 77% contabilizam todas as fontes de renda, salários, trabalhos extras, pensões, aluguéis e aposentadoria e 75% controlam prestações de bens duráveis. Já 70% monitoram gastos não essenciais, como lazer, restaurantes, presentes e serviços de estética.
Outro dado que chama a atenção é que 35% dos entrevistados preferem esperar um aumento de renda para começar a organizar as finanças.
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Dos entrevistados, 47% afirmam que o problema foi um episódio isolado, 26% dizem que já passaram pela situação duas vezes e 17% enfrentam dificuldades recorrentes.
No campo da autopercepção, 41% acreditam ter conhecimento bom ou ótimo sobre educação financeira, 39% avaliam como regular e 18% admitem ter conhecimento ruim ou péssimo.
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A pesquisa sobre controle financeiro foi realizada entre 22 e 30 de janeiro de 2025, com 600 consumidores das capitais brasileiras, todos com contas em atraso há mais de três meses.
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