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Publicado em 03/06/2025, às 15h37 - Atualizado em 04/06/2025, às 08h54
São Paulo, 03/06/2020 - Até 2080, o número de pessoas com 65 anos ou mais superará o de crianças menores de 18 anos. Segundo o Fórum Econômico Mundial, isso aumentará a necessidade de adaptar os sistemas financeiros, sociais e de saúde para garantir resiliência econômica e bem-estar intergeracional. O dado faz parte do documento Future-Proofing the Longevity Economy (Preparando a Economia da Longevidade para o Futuro, em tradução livre), publicado pela organização em março de 2025.
A análise aponta cinco pontos específicos para que as sociedades possam se preparar para o envelhecimento global da população, incluindo dados sobre a economia do cuidado, o fortalecimento dos sistemas públicos de aposentadoria, estratégias que facilitem o uso eficiente das economias durante esse período e o papel da educação financeira na gestão dos gastos após o afastamento do mercado de trabalho.
Dentro da economia do cuidado, a publicação destaca o desafio em oferecer suporte sustentável e equitativo tanto para cuidadores quanto para quem recebe cuidados. A pesquisa indica que pessoas que cuidam de seus conjugês na faixa de 66 a 96 anos e vivenciaram situação de estresse e têm taxa de mortalidade 63% maior do que pessoas da mesma idade que não são cuidadores. "O papel dos cuidadores é cada vez mais crítico com o envelhecimento populacional, mas frequentemente ignorado do ponto de vista econômico", pontua o documento.
O relatório propõe dez ações críticas para que formuladores de políticas, empregadores, instituições financeiras e a sociedade civil enfrentem a transição demográfica, incluindo modernizar os sistemas de aposentadoria e seguridade social; expandir o acesso a produtos financeiros e proteção para trabalhadores informais e autônomos; e incentivar a participação em planos de poupança de longo prazo. Em todas essas frentes, o texto defende a importância de priorizar o envelhecimento saudável como base para a economia da longevidade.
Além das mudanças na pirâmide etária, o relatório mostra o impacto das mudanças climáticas na economia, remodelando comunidades e sistemas de saúde pública em todo o mundo, com desafios para a economia da longevidade.
"À medida que eventos climáticos extremos se tornam mais frequentes e mudanças ambientais afetam a segurança financeira, a estabilidade profissional e a saúde pública, indivíduos e instituições precisam lidar com novas incertezas que afetam seu bem-estar a longo prazo."
O texto diz ainda que uma economia da longevidade que leve em conta os riscos climáticos exigirá "uma compreensão mais profunda de como essas rupturas afetam a resiliência financeira, a participação na força de trabalho e a estabilidade intergeracional."
Ao fazer uma análise a nível mundial de mecanismos de garantia social para pessoas idosas e de investimento em aposentadoria futura, o relatório deu destaque a duas iniciativas brasileiras: o Bolsa Família e o RendaA+, programa do Tesouro Nacional atrelado ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e que oferece com resgate de longo prazo com possibilidade de recebimento de uma renda complementar mensal após 20 anos de investimentos.
Segundo o Fórum Econômico Mundial, a introdução desse programa em 2023 "marcou um avanço significativo nos esforços de segurança da aposentadoria no Brasil, ao fornecer um meio simples para que indivíduos convertam suas economias em renda garantida".
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