Inflação e preço alto impulsionam busca por marcas próprias no Brasil, diz pesquisa

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Segundo pesquisa da NielsenIQ, os consumidores brasileiros estão recorrendo com mais frequência às marcas próprias das varejistas

Por Júlia Pestana, do Broadcast

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Publicado em 05/06/2025, às 09h40
São Paulo, 05/06/2025 - Em um cenário de inflação persistente e orçamento doméstico cada vez mais apertado, os consumidores brasileiros estão recorrendo com mais frequência às marcas próprias das varejistas. É o que mostra um estudo inédito da NielsenIQ (NIQ), que coloca o Brasil na liderança da América Latina em preferência por esse tipo de produto.
Segundo o levantamento, 69% dos brasileiros veem as marcas próprias como alternativas viáveis às marcas comerciais. É a maior taxa entre os países da América Latina analisados. Foram entrevistados mais de 17 mil consumidores de forma online em 25 países da Ásia-Pacífico, Europa, América Latina, Oriente Médio, África e América do Norte.
A principal motivação é o custo-benefício: 72% dos entrevistados afirmam que estes produtos oferecem uma excelente relação entre preço e qualidade.
"Os brasileiros perderam o preconceito com marcas próprias. Hoje, esses produtos são percebidos como inteligentes, acessíveis e com qualidade competitiva", afirma a executiva de Marketing Global da NielsenIQ, Marta Cyhan-Bowles.
A percepção de qualidade também vem crescendo. Segundo a pesquisa, 51% dos consumidores brasileiros acreditam que os produtos de marcas próprias têm qualidade igual ou até superior às marcas tradicionais. Ainda assim, 66% dizem que comprariam mais desses itens se houvesse maior variedade nas gôndolas.
Produtos de marca própria incluem desde alimentos até itens de higiene e limpeza, e ganham força ao eliminar intermediários (distribuidores) e permitir preços mais baixos. Em um momento de renda comprimida e encarecimento da cesta básica, eles se consolidam como uma escolha racional e estratégica para o consumidor brasileiro.
A tendência também é observada em outros países latino-americanos, como México, Chile e Colômbia, mas o Brasil se destaca tanto em percepção de valor quanto em intenção de compra. Ainda assim, a fidelidade às marcas tradicionais permanece: 64% dos brasileiros afirmam seguir comprando sempre as mesmas marcas conhecidas.

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