Envato
Por Fabiana Holtz
[email protected]São Paulo, 02/06/2025 - A agência de classificação de risco Moody´s rebaixou na noite de sexta-feira (30) a perspectiva para a nota de crédito (rating) do Brasil de positiva para estável, ao mencionar uma 'acentuada deterioração', ou seja, uma menor capacidade de pagamento da dívida pública do País. Nesta segunda-feira, a notícia repercutiu negativamente, limitando a entrada dos investidores na Bolsa, pois esse parecer da agência representa uma análise menos positiva da situação financeira brasileira.
De toda forma, a nota de crédito do Brasil foi mantida em Ba1, a apenas um passo do grau de investimento - categoria dos bons pagadores.
Periodicamente as agências de classificação de risco como a Moody's, Fitch e S&P divulgam análises pontuais detalhando o estado da economia de determinado país e atribuem uma nota (rating) para sinalizar a capacidade dessa nação em quitar suas dívidas.
A partir desse diagnóstico financeiro, o investidores conseguem avaliar se vale a pena seguir investindo ou não em determinado país. No caso do Brasil, a nota Ba1 classifica nossa economia em uma categoria mediana.
Em uma escala que vai entre A, B e C, com diversos degraus em cada uma delas, a Moody's classifica as economias em pagadores de alta qualidade (A), média (B) e inadimplentes (C) - neste caso,com grandes chances de dar um calote.
Um país inadimplente enfrente tem sérias dificuldades para obter crédito, além de não contar com a confiança dos investidores, o que pode levar sançoes e cenários como desvalorização da moeda, alta da inflação e agravamento da situação econômica.
Economias enquadradas na categoria A são classificadas como as mais 'saudáveis' e consequentemente têm acesso facilitado a novos empréstimos com juros menores. Uma nota mais baixa, por sua vez, restringe a possibilidade do país tomar novos créditos, que cobram juros mais altos. Países em situações econômicas mais críticas acabam entrando para uma espécie de lista de mau pagadores. Esses seriam os considerados incapazes de horar com seus compromissos financeiros.
A qualidade do crédito do Brasil, acrescentou a agência, segue apoiada no potencial de crescimento do PIB e dos investimentos e as reformas econômicas contínuas. Entretanto, esse cenário positivo é limitado pela dívida alta e crescente, pagamentos de juros elevados e uma estrutura de gastos rígida que limita a capacidade do governo de responder a choques.
Em relatório, a Moody's destaca ainda um avanço mais lento do que o esperado no enfrentamento da questão dos gastos e na construção de credibilidade em torno da política fiscal. "A capacidade do governo de reduzir substancialmente as vulnerabilidades fiscais e estabilizar o peso da dívida no curto prazo continua limitada pela rigidez dos gastos e pelo aumento dos custos dos empréstimos", pontuou a agência.
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.