Foto: Instituto Semeia
Por Beatriz Duranzi
redacao@viva.com.brLeia também: Trilhas aquáticas: a nova experiência de lazer que está conquistando viajantes
Ao longo do trajeto, os viajantes encontram desde cânions com cachoeiras escondidas até pinturas rupestres milenares em grutas e paredões rochosos.
São mais de 15 sítios arqueológicos com registros que datam de 10 a 12 mil anos, revelando parte da história dos primeiros habitantes da região.
Mas a trilha não é feita apenas de contemplação. Para quem encara a jornada, é preciso lidar com desafios como a seca típica do sertão e a escassez de pontos de apoio, fatores que exigem preparo e planejamento.
Em contrapartida, há momentos únicos: segundo relatos de condutores locais, já foi possível assistir a uma chuva de meteoros do alto do Cânion da Serra Verde, em Araruna, uma experiência considerada inesquecível por quem teve o privilégio de presenciar.
Embora a rota completa leve cerca de seis dias para ser concluída, é possível percorrê-la em partes. Foi assim que o Viagem em Pauta realizou a experiência, cobrindo três dos quatro trechos disponíveis.
Aqueles que completam a travessia integral recebem um certificado concedido pelo Fórum de Turismo do Curimataú.
Entre os destaques, estão os passeios de quadriciclo pela Mata do Seró, em Araruna, e a visita à pedreira grafitada no município vizinho de Santa Inês, transformada em obra de arte a céu aberto por um artista local.
Leia também: Embratur lança guia para promover igualdade racial e fortalecer afroturismo
Apesar de ser autoguiada, a trilha exige cuidado. Durante a reportagem feita em 2023 pelo Viagem em Pauta, foram identificados pontos com sinalização precária ou inexistente, especialmente no Parque Estadual da Pedra da Boca.
A falta de placas explicativas nos atrativos também pode dificultar a compreensão de visitantes sem acompanhamento.
No trecho da Pedra do Forno, por exemplo, há grutas com importantes registros rupestres da Tradição Agreste. Sem a presença de um guia especializado ou de um arqueólogo, esses painéis podem passar despercebidos como simples manchas no paredão.
Por isso, a recomendação é clara: quem deseja encarar o Caminhos das Ararunas deve buscar apoio de condutores credenciados e com conhecimento da região, garantindo não apenas segurança, mas também a valorização cultural e histórica desse patrimônio.
Mais do que uma travessia de longa distância, a trilha representa uma forma de turismo de base comunitária. Pequenas localidades rurais recebem os caminhantes como visitantes especiais, reforçando a hospitalidade típica do interior nordestino.
Ao fim do percurso, a sensação é de conquista e superação, mas também de imersão em uma região que vai muito além das famosas praias da Paraíba, revelando cânions, sítios arqueológicos e comunidades que transformam a trilha em uma experiência inesquecível.
Assita ao vídeo do Viagem em Pauta:
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.