Dia de Santo Antônio: a curiosa ligação entre fé, festas juninas e casamentos

O Dia de Santo Antônio é celebrado em 13 de junho, data em que se recorda seu falecimento em 1231, em Pádua, Itália. Santo Antônio é um dos santos mais populares da Igreja Católica, reverenciado por sua extraordinária eloquência na pregação e por sua dedicação aos pobres.

Quem foi Santo Antônio?

• Nasceu em Lisboa por volta de 1195, com o nome de Fernando Martins de Bulhões, vindo de família nobre.
• Ingressou na Ordem dos Cônegos Regrantes de Santo Agostinho, mais tarde tornou-se frade franciscano e assumiu o nome de Antônio.
• Tornou-se um pregador renomado, apelidado de “malletus hereticorum” (martelo dos hereges), por sua luta contra heresias.
• Faleceu em 13 de junho de 1231 e foi canonizado em 1232, menos de um ano depois, uma das canonizações mais rápidas da história da Igreja.

Por que ele é o “Santo Casamenteiro”?

Entre as devoções populares, Santo Antônio ganhou a reputação de casamenteiro, acredita-se que ele intercedia para que jovens conseguissem casamento com amor.

Diversas simpatias, como esconder a imagem de cabeça para baixo, são realizadas por solteiros em busca de um parceiro, tradição muito presente no Brasil. Histórias populares relatam que ele teria ajudado jovens a angariar dotes e até salvado casamentos, exemplos que fortaleceram essa imagem. 

Tradições no Brasil

• Festas Juninas: Santo Antônio é o primeiro dos santos comemorados em junho (13), seguido por São João (24) e São Pedro (29). As celebrações envolvem quadrilhas, fogueiras, comidas típicas e orações.
• Trezena de Santo Antônio: período de 13 dias de missas e orações que antecedem o dia 13, comum em cidades que o têm como padroeiro.
• Comida tradicional: distribuição de bolos, pães de Santo Antônio, e barracas com delícias juninas, como canjica, pamonha e bolo de fubá.

O dia não é feriado nacional, mas várias cidades fazem ponto facultativo ou feriado municipal, especialmente onde ele é padroeiro, como Juiz de Fora (MG), Campo Grande (MS), Nova Iguaçu (RJ) e Caravelas (BA).

Relevância cultural e religiosa

• Padroeiro de diversas categorias: é protetor dos pobres, dos animais, dos viajantes, dos pescadores e de quem perde objetos.
• Doutor da Igreja: em 1946, foi proclamado “Doctor Evangelicus” pelo Papa Pio XII, em reconhecimento à sua contribuição doutrinária. 
• Sincretismo: no Brasil, é sincretizado até no Candomblé, associado ao orixá Exu e Ogum, refletindo sua importância na cultura popular.