Foto: Envato Elements
Por Joyce Canele
[email protected]Nos últimos anos, a humanidade vem testemunhando um aumento expressivo na longevidade. Melhorias no saneamento, avanços na medicina, acesso mais amplo à educação e a redução da fome global são fatores que têm contribuído para esse cenário.
Essa transformação demográfica também trouxe à tona um fenômeno fascinante: o aumento do número de centenários. Em 2015, o mundo contava com quase meio milhão de pessoas com mais de 100 anos, número que deve chegar a 3,7 milhões em 2050.
Segundo pesquisa da Universidade Aberta da Catalunha (UOC), essa realidade está diretamente ligada a fatores sociais e biológicos complexos, que vão muito além da genética ou da alimentação isoladamente.
A expectativa de vida, que por séculos girou em torno dos trinta anos, começou a subir significativamente a partir do século XX. Dados das Nações Unidas mostram que, em 2019, a média global de vida ao nascer já era de 72,8 anos, e a projeção é que esse número chegue a 77,2 anos até 2050.
A ciência tem avançado para tentar entender os mecanismos do envelhecimento e pesquisas revelam que o segredo para uma vida longa não está em uma fórmula mágica, mas na interação entre herança genética, estilo de vida, ambiente e até aspectos emocionais.
Hábitos como manter uma alimentação equilibrada, evitar o tabagismo e o consumo de álcool, praticar exercícios moderados e preservar vínculos sociais são frequentemente encontrados entre aqueles que vivem mais.
Além disso, fatores psicológicos como otimismo, controle do estresse e uma vida social ativa também parecem influenciar positivamente na longevidade.
No entanto, ainda enfrentamos um desafio importante: garantir que esse aumento da longevidade venha acompanhado de qualidade de vida. Muitas pessoas estão vivendo mais, mas com saúde precária nos últimos anos de vida.
Por outro lado, as sociedades modernas ainda não estão totalmente preparadas para lidar com o crescimento da população centenária. As mudanças nos padrões familiares, como a mobilidade geográfica e a redução na taxa de natalidade, dificultam a oferta de cuidados aos mais velhos.
A resposta, que antes era concentrada nas famílias, hoje precisa ser compartilhada entre o poder público e o setor privado, e a construção de políticas eficazes de bem-estar e cuidados de longo prazo se torna, portanto, uma prioridade.
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