Foto: Envato Elements
Por Beatriz Duranzi
[email protected]A busca pela longevidade sempre foi um desejo da humanidade. Embora não exista uma solução mágica para viver mais, estudos recentes mostram que pequenos ajustes no estilo de vida podem fazer uma diferença significativa na qualidade e na duração da vida.
Um dos maiores especialistas mundiais no assunto é o biólogo molecular David Sinclair, professor de genética da Universidade de Harvard. Ele tem se dedicado há décadas ao estudo do envelhecimento e das estratégias para frear esse processo natural do corpo. Em entrevista ao podcast do norte-americano Lewis Howes, Sinclair revelou como nossos genes podem ser ativados para favorecer a regeneração celular e, com isso, prolongar a juventude do organismo.
Segundo Sinclair, nosso corpo possui genes capazes de nos proteger contra danos, mas eles só são acionados em situações de "estresse positivo", como o jejum, a atividade física intensa e até mesmo a exposição ao frio. Esses estímulos ativam o que ele chama de “programas de sobrevivência”, que ajudam o organismo a:
Segundo o cientista, o segredo está em fazer o corpo trabalhar. Quando o corpo entra em modo de sobrevivência, isso ativa os sistemas internos que combatem doenças e a deterioração celular.
Uma das práticas mais discutidas por Sinclair é o jejum intermitente, e mais especificamente, a estratégia de fazer apenas uma refeição por dia em fases da vida mais avançadas, como após os 50 anos.
O raciocínio é simples: com o avanço da idade, o metabolismo naturalmente desacelera, o que significa que o corpo precisa de menos energia para funcionar. Diminuir a ingestão calórica, além de evitar o acúmulo de gordura e toxinas, pode ativar esses mecanismos internos de reparo.
Pesquisadores publicaram na revista científica Metabolism: Clinical and Experimental os resultados de um estudo com pessoas que aderiram à rotina de uma refeição diária. Os dados apontam benefícios importantes, como:
Entretanto, o estudo também revelou efeitos colaterais no início da adaptação: participantes relataram aumento da fome e picos de cortisol (o hormônio do estresse). Por isso, especialistas recomendam cautela e sempre consultar um médico ou nutricionista antes de iniciar qualquer mudança radical na alimentação.
Além da alimentação, outras práticas também são apontadas por Sinclair como poderosas ferramentas contra o envelhecimento:
Esses hábitos estimulam as chamadas sirtuínas, proteínas associadas à longevidade que desempenham papel vital na reparação celular.
Envelhecer é inevitável, mas como você envelhece pode ser uma escolha. A ciência já oferece caminhos claros: não se trata de buscar juventude eterna, mas de adotar hábitos que façam seu corpo funcionar da melhor forma por mais tempo.
A combinação de jejum estratégico, atividade física, alimentação equilibrada e estresse controlado pode não apenas prolongar a vida, mas tornar os anos vividos mais saudáveis e produtivos.
Ouça ao episódio do podcast de Lewis Howes na íntegra:
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