Abrasel cobra ação preventiva das autoridades contra bebidas adulteradas

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Em São Paulo, foram registrados cinco mortes (das quais apenas uma teve comprovada a intoxicação por metanol) e 22 ocorrências suspeitas - Envato
Em São Paulo, foram registrados cinco mortes (das quais apenas uma teve comprovada a intoxicação por metanol) e 22 ocorrências suspeitas

Por Alessandra Taraborelli e Estadão Conteúdo

redacao@viva.com.br
Publicado em 01/10/2025, às 10h51
São Paulo, 01/10/2025 - Para a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) a atuação preventiva das autoridades na fiscalização de bebidas adulteradas é insuficiente. A entidade reforça que ações de fiscalização em fábricas ilegais, como a que foi fechada hoje em São Paulo, são fundamentais para conter esse tipo de crime. A fiscalização de distribuidoras e empresas também seria altamente eficaz, pois nenhum dono de bar ou restaurante agiria de má fé sabendo da possibilidade de contaminação e dos riscos envolvidos.
A Abrasel manifesta profunda preocupação com o quadro de casos de intoxicação por metanol em São Paulo. Segundo o governador Tarcísio de Freitas são cinco mortes (das quais apenas uma teve comprovada a intoxicação por metanol) e 22 ocorrências suspeitas em investigação. A entidade se solidariza com as famílias de todas as vítimas e espera que os demais afetados encontrem pronta recuperação.
Leia também: Bebida alcoólica adulterada: quais são os sintomas da intoxicação por metanol?
Entre os casos, há por enquanto um único relato (não fatal) de consumo de bebida contaminada em um estabelecimento de alimentação fora do lar. O consumo teria sido feito em um bar localizado na região dos Jardins, em São Paulo, que já foi alvo de fiscalização pelas autoridades. Até o momento, não há registro de outros casos associados a bares ou restaurantes, e a Abrasel espera que o problema no setor fique circunscrito a este único caso isolado.
A adulteração das bebidas também está sendo investigada em Pernambuco. A Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) investiga três casos suspeitos de intoxicação por metanol no Agreste do estado. Dois homens, de 43 e 32 anos, naturais de Lajedo, e outro de 32 anos, de João Alfredo, foram internados no Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru; dois deles morreram e um sobreviveu com perda de visão. As autoridades recolheram amostras das vítimas para análise e iniciaram um plano de fiscalização em distribuidoras e pontos de venda de bebidas alcoólicas.
A Abrasel ressalta que a falsificação e adulteração de bebidas são crimes graves contra o consumidor, que colocam em risco a saúde da população e geram prejuízos diretos aos estabelecimentos sérios e comprometidos com a legalidade. Estes estabelecimentos também são vítimas dos criminosos. Além disso, o setor de alimentação fora do lar como um todo sofre com a desconfiança causada por estas ações ilegais. Trata-se de um problema de saúde pública, que exige ação coordenada entre autoridades, setor produtivo e sociedade.
Além de alertar os estabelecimentos sobre os sinais de adulteração — como preços muito baixos, lacres tortos, erros de impressão e odor semelhante a solventes — a Abrasel recomenda que garrafas vazias sejam inutilizadas (quebradas) antes do descarte, impedindo que sejam reaproveitadas por falsificadores para enganar consumidores com produtos adulterados.
"A entidade lamenta ainda que a primeira ocorrência tenha demorado mais de um mês para vir a público, retardando medidas importantes de prevenção. A Abrasel se coloca à disposição das autoridades para contribuir com o esforço de conscientização, de fiscalização e com a punição exemplar dos responsáveis, colaborando na construção de soluções eficazes e responsáveis para proteger a população e fortalecer o setor de alimentação fora do lar", disse em nota. 

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