Desaprovação do governo Lula se mantém em 51%, segundo Genial/Quaest

Ricardo Stuckert / PR

Desaprovação do governo Lula segue estável, mas a sensação de piora da economia aumentou - Ricardo Stuckert / PR
Desaprovação do governo Lula segue estável, mas a sensação de piora da economia aumentou

Por Geovani Bucci, da Broadcast

redacao@viva.com.br
Publicado em 17/09/2025, às 08h53
Brasília, 17/09/2025 - A aprovação da população sobre o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficou estável em setembro, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 17. O levantamento aponta que 51% dos entrevistados desaprovam a gestão, enquanto 46% aprovam e 3% não souberam ou não responderam, patamares iguais aos registrados pela pesquisa em agosto.
A avaliação também é estável: 38% consideram o trabalho de Lula negativo, ante 39% na rodada anterior; 31% como positivo, mesmo percentual da última pesquisa; e 28% como regular (eram 27%). Não sabem ou não responderam os mesmos 3% de agosto.
A Quaest entrevistou 2.004 pessoas com 16 anos ou mais entre os dias 12 e 14 de setembro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.
A aprovação do governo Lula se manteve estável em todas as regiões brasileiras. No Nordeste, 60% aprovam e 37% desaprovam. No Sudeste, 55% desaprovam e 41% aprovam. No Sul, 60% desaprovam e 39% aprovam. No Centro-Oeste e Norte, 52% desaprovam e 45% aprovam.
Por faixa etária, a desaprovação foi de 42% para 45% entre pessoas com 60 ou mais; nas demais faixas, ficou estável: 16 a 34 anos (53% desaprovam e 43% aprovam) e 35 a 59 anos (51% desaprovam e 46% aprovam).
Por religião, aprovação de Lula oscilou entre evangélicos de 31% para 35%. Entre os católicos, foi de 54% para 51%.
Entre os beneficiários do Bolsa Família, a aprovação de Lula foi de 60% para 64%.

Avaliação da economia piorou

A pesquisa mostra que 48% dizem que economia piorou em um ano, 21% que melhorou e 29% que ficou igual. Os números de agosto, quando o tema foi auferido no levantamento, foram 46%, 30% e 22%, respectivamente. Não sabem ou não responderam mantiveram-se em 2%.
A maioria, 40%, acredita que economia vai melhorar nos próximos 12 meses; para 37%, vai piorar, e para 19%, vai ficar do mesmo jeito. Não sabem ou não responderam 4%. 
Não houve alterações significativas sobre a percepção dos preços dos alimentos nos mercados: 61% avaliam que eles subiram, 20% que ficou igual e 18% que caiu. Há um mês, o resultado era 60%, 20% e 18%, respectivamente.
Por outro lado, cresceram os eleitores que consideram que ficou mais fácil conseguir um emprego hoje do que há um ano. Esse grupo era de 34% em agosto e agora subiu para 41%. Os que acham que está mais difícil eram 55% e agora são 49%. Para 4% (5%), ficou igual.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça que a taxa de desemprego no País é de 5,6%, menor índice registrado na série histórica iniciada em 2012.

Postura contra Trump

A maioria dos brasileiros apoia a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em temas de política internacional.
De acordo com a pesquisa, 64% afirmam que o governo acerta ao defender a soberania nacional diante do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em meio ao tarifaço imposto contra o Brasil. Para 26%, Lula erra, enquanto 10% não souberam ou não responderam.
No que diz respeito à defesa da aliança comercial dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), 53% dizem que o governo acerta, 29% avaliam que erra e 18% não souberam ou não responderam.
Para 49%, o lado que está fazendo o que é mais certo no embate sobre o assunto é o de Lula e do PT, contra 27% de Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados. Em agosto, o placar era de 48% a 28%. Novamente, 15% responderam “nenhum” lado e 9% não souberam ou não responderam.
A maioria dos entrevistados, 74%, afirma que as tarifas vão prejudicar suas vidas. O percentual era de 77% no mês passado. Na contramão, 23% (20%) consideram que não haverá prejuízo; 3% não souberam ou não responderam.
“Embora a maioria continue avaliando negativamente o tarifaço - o que ajuda o presidente Lula no debate - esse efeito foi neutralizado por outros temas domésticos e não gerou ganho extra nas pesquisas. O efeito do tarifaço no Brasil tem semelhança com o que aconteceu no México, onde a alta das tarifas impulsionou a popularidade da presidente Claudia Sheinbaum, que subiu 4 pontos percentuais e voltou ao mesmo patamar dois meses depois", afirma Felipe Nunes, CEO da Quaest.

Sobre a tentativa de golpe

Também a pesquisa perguntou se houve uma tentativa de golpe no País e se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve participação no episódio. Segundo o levantamento, 55% acreditam que houve tentativa de golpe, enquanto 38% afirmam que não e 7% não souberam ou não responderam.
Na avaliação sobre a responsabilidade de Bolsonaro, 54% dizem que ele participou da trama golpista, 34% afirmam que não e 12% não opinaram.
Mas 49% dos brasileiros avaliam como exagerada a pena de 27 anos e três meses de prisão imposta ao ex-presidente pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Outros 35% a consideram adequada, enquanto 12% a classificam como insuficiente. São 4% os que não responderam à pergunta.
Segundo o levantamento, 47% consideram que o processo judicial contra Bolsonaro teve perseguição - eram 52% em agosto. Já 42% afirmaram que foi imparcial, ante 36%. Não sabem ou não responderam 11%, ante 12%.
Na semana passada, a Primeira Turma do STF condenou Bolsonaro pelos crimes de organização criminosa, golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Além da prisão, ele foi condenado a pagar 124 dias-multa de dois salários mínimos para cada dia.
A pesquisa também questionou os brasileiros sobre outras medidas restritivas impostas ao ex-presidente pelo Supremo.
Segundo o levantamento, 51% consideram adequada a prisão domiciliar, 28% a julgam exagerada e, 16%, insuficiente. Em relação ao uso de tornozeleira eletrônica, 48% avaliam a medida como adequada, 35% como exagerada e 13% como insuficiente. As duas sanções foram aplicadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, contra Bolsonaro antes da condenação por tentativa de golpe de Estado.
Em julho, Moraes determinou o uso de tornozeleira eletrônica e outras medidas restritivas, como a proibição de acesso às redes sociais. No mês seguinte, o magistrado decretou a prisão domiciliar após Bolsonaro violar as medidas cautelares. À época, o ministro afirmou que o ex-presidente e seu filho Eduardo Bolsonaro agiram para coagir o julgamento da ação penal da trama golpista.
A pesquisa também avaliou a opinião dos brasileiros sobre a condenação que tornou Bolsonaro inelegível: 47% a avaliam como adequada, 35% como exagerada e 12% como insuficiente.
Um possível impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF, perdeu apoio entre os brasileiros. Segundo o levantamento, 52% dos entrevistados são contra a medida, enquanto 36% defendem o afastamento do magistrado.
Os números representam uma queda significativa no apoio popular em relação ao último levantamento. Em agosto, 46% eram favoráveis ao impeachment e 43% contrários. Ou seja, o apoio ao afastamento de Moraes recuou dez pontos percentuais no período.

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