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Distribuição própria não livra município da grande São Paulo do racionamento

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Distribuição em São Caetano é feita pela empresa municipal Saesa, mas água é fornecida pela Sabesp - Envato
Distribuição em São Caetano é feita pela empresa municipal Saesa, mas água é fornecida pela Sabesp
Marcel Naves
Por Marcel Naves marcel.naves@viva.com.br

Publicado em 01/12/2025, às 16h51

A prefeitura de São Caetano do Sul, que ocupa o topo da categoria de indicadores sociais do ranking da agência Austin Rating e aparece com destaque em diversos levantamentos sobre qualidade de vida, decidiu adotar o racionamento de água devido à queda no nível do Sistema Cantareira, que abastece a cidade e grande parte da Região Metropolitana.

A restrição no abastecimento vai das 19 horas às 5 horas da manhã, e deve perdurar até que o nível do sistema seja recuperado pelas chuvas. No município, a distribuição é feita pela empresa Saesa (Sistema de Água, Esgoto e Saneamento Ambiental) mas o abastecimento é da Sabesp, que desde agosto adotou a redução de pressão de água neste período do dia em diversas cidades atendidas por ela.

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O consumo total de água em São Caetano é de 14 milhões de metros cúbicos por ano (referência de 2023, do Instituto Trata Brasil). Em uma publicação feita nas redes sociais a prefeitura alega que a Sabesp está adotando medidas de contenção do consumo promovendo racionamento. 
Em nota distribuída à imprensa, a Sabesp nega o racionamento e informa que São Caetano, da mesma forma que outras cidades atendidas pela companhia, passa por uma redução de pressão de água à noite, para enfrentamento da crise hídrica que baixou o nível dos reservatórios.

Sistema Cantareira 

O Sistema Cantareira, principal reservatório de abastecimento de água do estado de São Paulo, registrou, na sexta-feira (28/11), o menor nível em quase 10 anos. Com apenas 21,3% do volume total disponível, o Cantareira é responsável por abastecer, aproximadamente, 46% da população da Grande São Paulo.
Leia também: Sabesp diz que poupa 4,9 bi de litros com redução da pressão da água à noite

O nível do reservatório é o menor desde 23 de fevereiro de 2016, quando o sistema registrou a marca de 21,4%. No início do ano, o Cantareira contava com 60% do volume total disponível, valor alcançado pelas chuvas do final de dezembro de 2024 e de janeiro deste ano. 

Redução de pressão

Na nota, a Sabesp informa que, diante do cenário de estiagem, desde 27 de agosto adota a redução da pressão da água no período noturno, quando há menor consumo pela população, também entre 19h e 5h, em toda a Região Metropolitana de São Paulo, incluindo a capital.
Segundo a companhia, a ação é preventiva,  temporária e atende a uma deliberação da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp), com o objetivo de preservar os reservatórios que abastecem a região.
Neste período, foram economizados 41 bilhões de litros de água dos mananciais, ajudando a reduzir a queda no nível das represas, segundo a Sabesp.
“A empresa esclarece ainda que não se trata de racionamento. A redução de pressão é uma medida adotada internacionalmente em que o fornecimento de água segue ocorrendo no período noturno, com pressão menor”, enfatiza a nota da companhia.

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Consumo deve crescer 25% até 2050

No Nordeste e no Centro-Oeste, regiões com maior escassez, a falta de água pode vir a ultrapassar 30 dias até 2050. As mudanças climáticas e as perdas na distribuição estão entre as causas. A previsão está no estudo  “Demanda Futura por Água em 2050: Desafios da Eficiência e das Mudanças Climáticas” do Instituto Trata Brasil, divulgado em novembro. 

Ao Portal VIVA, a presidente executiva da entidade, Luana Pretto explicou que o crescimento no consumo está atrelado a vários fatores, sendo as questões climáticas um das principais. 
"Esse aumento do consumo é puxado pela ampliação da oferta de água, pela expansão demográfica, e o crescimento econômico do País, mas também por um aumento da temperatura do planeta, que tende a ser de 1ºC até o ano de 2050. Esses fatores combinados, fazem com que a previsão de aumento do consumo no Brasil seja da ordem de 25%, indo de 175 litros por habitante por dia para 219 litros por habitante por dia", afirmou a especialista.

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