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Por Geovani Bucci, da Broadcast
[email protected]São Paulo, 16/07/2025 - A pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 16, mostra que a percepção dos brasileiros de que a economia do País vai piorar nos próximos 12 meses saltou de 30% para 43% após o anúncio do tarifaço de 50% pelo presidente norte-americano, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. Os que dizem acreditar que vai melhorar são 35% ante 45% do levantamento anterior e 19% pensam que vai ficar do mesmo jeito.
Em relação aos últimos 12 meses, houve uma oscilação positiva na avaliação. A visão de piora recuou de 48% para 46%, enquanto a de melhora foi de 19% para 21%. Os 30% que consideram que a economia está igual se mantiveram.
Também não houve grandes alterações nas questões envolvendo temas específicos. A percepção de que o preço dos alimentos nos supermercados subiu recuou de 79% para 76%, enquanto a impressão sobre o preço dos combustíveis (53% para 56%) e valor nas contas de água e luz (60% para 62%) oscilaram negativamente. Para 80%, o poder de compra é menor do que há um ano.
Entre as preocupações da população brasileira, a economia recuou e agora se encontra atrás numericamente de violência (25%) e problemas sociais (20%). A situação econômica (17%) agora está próxima de corrupção (16%), que vem crescendo como tema sensível entre os brasileiros.
A desaprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recuou de 57% para 53%, enquanto a aprovação variou de 40% para 43%. Segundo o instituto, o confronto com o presidente norte-americano, Donald Trump, por causa do "tarifaço" fez com que o petista recuperasse terreno fora das bases de apoio tradicionais.
O levantamento aponta melhora de Lula entre os brasileiros que vivem na Região Sudeste, a mais populosa do País, onde a reprovação caiu de 64% para 56% e aprovação subiu de 32% para 40%; entre os que ganham na faixa de dois a cinco salários mínimos, para quem a rejeição varia de 58% a 52% e o apoio vai de 39% a 43%; no recorte dos que têm Ensino Superior completo, grupo no qual a reprovação cai de 64% a 53% e aprovação sobe de 33% a 45%; e entre os que não são beneficiários do programa Bolsa Família, parcela em que a desaprovação caiu de 61% para 55% e aprovação foi de 37% para 41%.
De acordo com o cientista político e CEO da Quaest, Felipe Nunes, a recuperação do presidente ocorreu entre os mais escolarizados, de classe média e que vivem no Sudeste do País. "São os segmentos mais informados da população, que se percebem mais prejudicados pelas tarifas de Trump, e que consideram que Lula está agindo de forma correta até aqui, por isso passam a apoiar o governo", explica.
A avaliação geral do governo federal - que vinha piorando continuamente desde dezembro de 2024 - apresentou uma inversão. Os que avaliam Lula negativamente são 40%, ante os 43% e 41% de maio e março deste ano. Já os que veem o Planalto positivamente são 28%, o melhor resultado numérico desde dezembro quando o levantamento mostrou 31%. E os que consideram o governo regular se mantiveram em 28%.
O presidente também registrou melhora nos índices entre os católicos, cuja aprovação no segmento voltou a superar a desaprovação (51% e 45% respectivamente), entre as mulheres (variação de 54% a 49% na desaprovação e de 42% para 46% na aprovação) e os que se encontram na faixa etária dos 35 aos 59 anos (reprovação cai de 59% para 52% e aprovação vai de 38% a 44%).
A pesquisa ouviu 2.004 pessoas de 120 municípios entre os dias 10 e 14 de julho. A margem de erro é de dois pontos porcentuais, com 95% de nível de confiança.
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