Risco maior não é no consumo mas no manuseio na granja, aponta infectologista

 São Paulo, 16/05/2025 - Na manhã desta quinta-feira (15), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) identificou um foco de gripe aviária H5N1, no município de Montenegro; Região Metropolitana de Porto Alegre. 

O vírus H5N1 é uma versão do Influenza, que atinge especialmente as aves. Como as demais versões do vírus, esta também é divida entre alta e baixa patogenicidade, a capacidade de causar doença. O foco encontrado em Montenegro é o primeiro influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em uma granja comercial no país, sendo a versão mais grave. 

Para conter a disseminação, a Secretaria de Agricultura do RS isolou a área em um raio de 10 quilômetros da granja, onde conduzirá uma investigação complementar. As aves restantes foram eliminadas. 

Infectologista recomenda os cuidados

Em entrevista à Globo News, a infectologista Rosana Richtmann, do Instituto Emilio Ribas, destacou que o maior risco não está no consumo da carne do frango, mas no manuseio dele na granja. Como a transmissão se da principalmente pelas fezes e outras secreções das aves, o maior risco é aos trabalhadores das granjas, a quem Richtmann recomendou o uso de equipamentos de proteção e higienização. 

Quando comemos a carne ou o ovo das aves existe tanto a proteção da alta temperatura no cozimento, que mata todos os vírus, quanto o alto PH dos ácidos estomacais. Mesmo no caso do consumo cru, Richtmann explicou que outras doenças, como salmonela, são uma preocupação muito maior.

“ A transmissão através da ingesta é possível, mas raríssima. Não se preocupem com o consumo de ovos e carne de frango neste momento”. 

Quanto aos sintomas, Richtmann destaca que, por ser um vírus para qual ainda não temo proteção, diferente do H1N1, a doença pode ter efeitos graves. Além dos sintomas provocados por outras gripes, como febre e irritação nos olhos, os efeitos maiores são pulmonares, podendo variar de caso clínico leve até síndrome respiratória aguda grave (SRAG).