Fraude do INSS foi descoberta por CGU e ministro Vinícius 'é craque', diz Haddad

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Ministro Haddad considera que investigação da PF extrapola o limite do governo - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Ministro Haddad considera que investigação da PF extrapola o limite do governo

Por Fabiana Holtz, Fernanda Trisotto e Eduardo Laguna, do Broadcast

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Publicado em 12/05/2025, às 10h19 - Atualizado às 11h19
Brasília e São Paulo, 12/05/2025 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou em entrevista ao Canal Uol nesta segunda-feira que quem descobriu a fraude no INSS que lesou milhares de aposentados foi a Controladoria Geral da União (CGU) e o ministro Vinícius Marques de Carvalho é um craque. "Confio muito no trabalho da CGU e da Polícia Federal", afirmou.
Doutor em direito comercial, Marques de Carvalho assumiu a CGU em janeiro de 2023 e já foi presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) entre 2012 a 2016.
Na visão de Haddad, a investigação da PF extrapola o limite do governo. "É uma questão de Estado".
O ministro ressaltou ainda que é preciso fazer um balanço entre o desconto que foi autorizado e o que foi feito via fraude. Outro ponto importante, segundo ele, é que será preciso descobrir se os valores bloqueados das associações cobre a fraude. "Será feita uma checagem sobre o INSS para estabelecer o valor a ser ressarcido", afirmou.

EUA x China

No âmbito das relações comerciais com Estados Unidos e China em meio a guerra comercial iniciada pelo governo de Donald Trump, Haddad, comentou que o Brasil não vai fazer uma escolha entre um país ou outro. “O presidente Lula não vai fazer essa escolha. Nós precisamos repensar o nosso desenvolvimento, nós não podemos ser tão dependentes de uma relação bilateral”, disse Haddad.

Segundo ele, o Brasil sabe que, para se desenvolver, precisa de bons acordos comerciais com a Ásia, bons acordos comerciais com a Europa e um bom acordo também com os Estados Unidos.

Haddad disse que a conversa com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, foi muito franca e educada, atacando os temas mais delicados. O ministro lembrou, contudo, que as negociações com o governo Trump estão sendo conduzidas pelo vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin.

“Do meu ponto de vista, os Estados Unidos deveriam olhar com mais generosidade para a América Latina e para a América do Sul. E o Brasil, do meu ponto de vista, está fazendo a política certa”, acrescentou Haddad, que também pediu um olhar mais estratégico dos EUA ao continente.

A maior economia do mundo, ressaltou o ministro, tem muito a ganhar com o maior equilíbrio regional e desenvolvimento da América do Sul. Ele lembrou ainda que a China é a maior parceira comercial do Brasil, enquanto os EUA dominam a tecnologia de ponta. Em resumo, são duas parcerias fundamentais para o Brasil se desenvolver.

Data centers


A política de atração de investimentos em data centers, segundo Haddad, deve ser anunciada após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltar da viagem ao exterior.

A política, afirmou, tem vários objetivos - entre eles, aproveitar de maneira mais adequada a energia limpa gerada no Brasil e diminuir o déficit externo com pagamentos de serviços. Além disso, acrescentou, existe por trás da política de data centers uma questão estratégica, relacionada à segurança de dados protegidos por sigilo.

"Nós estamos importando 60% dos serviços de data center hoje. Não faz muito sentido. O Brasil tem energia limpa e barata, o Brasil tem um cabeamento superior aos seus vizinhos, de melhor qualidade. Quer dizer, o País tem tudo para processar aqui os seus dados, inclusive por razão de segurança", afirmou Haddad.

O ministro defendeu que os data centers estejam no Brasil, já que alguns deles terão que ser protegidos em virtude do tipo de dado que processam. "Isso está sendo pensado, inclusive, em termos de compras governamentais, como é que o governo vai contratar o processamento de dados. Isso precisa ser discutido com a sociedade para proteger os dados dos cidadãos das várias maneiras", declarou Haddad.

Palavras-chave Haddad INSS aposentados fraude

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