Grupo que usava IA e 'call center da fé' para enganar fiéis é preso no Rio

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O grupo funcionava como uma empresa, tendo até mesmo "meta de vendas" - Envato
O grupo funcionava como uma empresa, tendo até mesmo "meta de vendas"
Por Estadão Conteúdo estadaoconteudo@estadao.com

Publicado em 10/10/2025, às 12h11

São Paulo, 10/10/2025 - A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu na quarta-feira, 8, 35 pessoas, incluindo um pastor, suspeitos de enganar fiéis por telefone com orações criadas por inteligência artificial (IA) em troca de dinheiro. O "call center da fé" funcionava em Nilópolis na Baixada Fluminense, e já teria rendido ao menos R$ 3 milhões aos golpistas.

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Após trabalhos de inteligência e monitoramento, os policiais da 57ª DP (Nilópolis) identificaram o estabelecimento que usava a religião para obter vantagem das vítimas. Segundo investigações, o modus operandi do grupo criminoso consistia em entrar em contato com as vítimas e oferecer orações em troca de dinheiro. A abordagem dos funcionários era previamente definida e todos os atendentes possuíam um roteiro que deveria ser lido na hora da ligação.

Depois de aceitarem as orações, as vítimas realizavam transferência de dinheiro por pix ou boleto bancário para a esposa do pastor envolvido no crime. Os valores eram em média de R$ 50. Após o pagamento, as orações eram produzidas pelos atendentes por meio de inteligência artificial e adaptadas de acordo com as necessidades relatadas pelas vítimas. Segundo a Polícia Civil, o crime era bem estruturado.

"local funcionava com uma verdadeira empresa, todos os funcionários tinham uma meta de ligações a serem feitas e de lucro a serem subtraídos. Até o momento, estima-se que os golpistas tenham arrecadado R$ 3 milhões por ano".

Na ação da quarta-feira, a polícia prendeu 35 pessoas. A investigação continua para identificar os demais administradores do esquema e beneficiários.

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