Brasília, 04/07/2025 - O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), concedeu entrevistas a canais de televisão nesta sexta-feira sobre a relação do Congresso com o governo em torno da questão do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Para a CNN, Motta disse: "discordar desse ponto do IOF não representa um rompimento com o governo, não representa um rompimento com a equipe econômica. É apenas uma decisão do Parlamento de não concordar com mais aumento de impostos".
Além disso, o deputado declarou que, antes da audiência de conciliação prevista para 15 de julho, fará discussões com líderes partidários e representantes do setor produtivo para encontrar alternativas. "O que o País exige de nós não é uma guerra política nesse assunto, não é criar um nós contra eles, não é criar uma polarização social", disse.
Durante a entrevista, Motta mencionou alguns projetos aprovados na Câmara que são de interesse do governo, como a atualização da tabela de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até dois salários mínimos. "Isso é fazer justiça tributária: é você cobrar um pouco mais de quem ganha mais e isentar quem ganha menos. E o Congresso tem feito isso, alinhado com o governo", afirmou.
Já para a TV Record, o presidente da Câmara afirmou que a adoção de um decreto presidencial para a ampliação de alíquotas do IOF foi uma "decisão exclusiva da equipe econômica do Ministério da Fazenda". Segundo ele, a medida não foi combinada antecipadamente com o restante do governo. A íntegra da entrevista do presidente da Câmara será transmitida na Record News, a partir das 23h desta sexta.
De acordo com a emissora, Hugo Motta gravou a entrevista na mesma data, em Portugal, antes da decisão do ministro Alexandre de Moraes.
Além de suspender os decretos do governo e do Congresso, Moraes marcou uma audiência de conciliação sobre o tema para o dia 15 de julho, às 15 horas. O ministro determinou a intimação, para participação na audiência, das presidências da República, do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, assim como da Procuradoria-Geral da República, a Advocacia-Geral da União e das demais partes da ação.