Rio, 08/05/2025 - Após lançar um mapa-múndi com o Brasil no centro do mundo, em 2024, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou uma nova versão, desta vez com a perspectiva invertida: o Brasil permanece no centro do globo, mas o sul figura no topo da imagem.
“Estamos lançando o novo mapa-múndi, que tem o Brasil nesse centro do mundo, mas agora de uma forma invertida, estimulando a reflexão sobre como nos vemos neste novo mundo em que as transformações ocorrem mais rapidamente e exigem um protagonismo brasileiro ainda maior”, defendeu Marcio Pochmann, presidente do IBGE, em vídeo postado no site do instituto.
Em nota divulgada à imprensa hoje, o IBGE informou ainda que "o lançamento inédito” contará com o mapa-múndi oficial invertido em versões em português e em inglês.
"Esse lançamento integra uma série de ações estratégicas para a reflexão e o debate sobre a importância do Sul Global, em meio à crescente importância do Brasil no cenário internacional e às mudanças geopolíticas mundiais", declarou o IBGE. "O lançamento é feito em ano que o Brasil tem ativa participação nos debates e perspectivas do Sul Global e do cenário mundial, em especial por presidir o BRICS e o Mercosul. E recebe a COP 30", justificou o instituto, no comunicado.
O mapa destaca os países que são membros do BRICS, do Mercosul, países de língua portuguesa e países que possuem o bioma amazônico, além das cidades do Rio de Janeiro, Belém e Ceará.
"A maior parte do mundo está acostumada a ver a América do Norte no Norte e a América do Sul no Sul, mas essa representação não é a única possível e nem a única que foi registrada durante a história. Na verdade, não existe uma razão técnica para colocar os pontos cardeais nas direções convencionais e, portanto, a representação tradicional é tão correta quanto a representação invertida. A convenção cartográfica do Norte para cima e do Leste para a direita foi estabelecida pelo astrônomo Ptolomeu e foi amplamente adotada por outros cartógrafos como Mercator e Waldseemüller. Mas existem mapas que têm outra orientação e onde o Norte não está no topo. É o caso, por exemplo, dos mapas medievais ou de alguns mapas feitos por outras culturas", argumentou a nota do IBGE.