Valter Campanato/Agência Brasil
Por Por Flávia Said e Isadora Duarte, da Broadcast
[email protected]Brasília, 15/07/2025 - O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse nesta terça-feira, 15, que representantes do agronegócio pediram extensão do prazo para início da aplicação da sobretaxa de 50% sobre os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos. No entanto, ele negou que o governo Lula esteja trabalhando para essa dilatação do prazo. "Houve uma colocação aqui de que o prazo é exíguo, foi pedido um prazo maior, mas a ideia do governo não é pedir que o prazo seja estendido, mas é procurar resolver até o dia 31 (de julho)", disse Alckmin. "Então, o governo vai trabalhar para tentar resolver e avançar nesse trabalho nos próximos dias."
Alckmin classificou a reunião com representantes do agro como "bastante proveitosa". Participaram quase 20 pessoas do setor, entre elas o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café, Pavel Cardoso, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa, e o presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Guilherme Coelho.
Ainda segundo o vice-presidente, todos os representantes se comprometeram a dialogar com seus congêneres, contatando também os empresários americanos e mostrando os prejuízos para a população daquele país.
Antes dessa reunião, na parte da manhã, Alckmin e ministros do governo Lula se reuniram com 18 executivos de diferentes setores industriais. Estavam presentes o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban; o presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva; e de lideranças de setores como siderurgia, papel e celulose, aeronáutica, calçados, têxtil, máquinas e equipamentos, madeira e autopeças, entre outros.
Alckmin afirmou ainda que o governo tem alguns dias para reverter a sobretaxa de 50% aplicada pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. "Nós temos os próximos dias muito importantes para a gente reverter um quadro que não tem a menor lógica do ponto de vista econômico nem comercial", disse Alckmin após agenda com representantes do agronegócio brasileiro. "(Sobretaxa) É prejudicial ao Brasil e é prejudicial aos Estados Unidos”, completou.
Novas reuniões
O vice-presidente afirmou que seguirá nesta semana com a agenda de reuniões com setores impactados pela sobretaxa. Nesta quarta, 16, haverá reuniões com a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham) e outros setores que pediram para participar das conversas, como a indústria química, a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Confederação Nacional do Comércio (CNC). Ele ainda citou empresas de software, inclusive de origem americana, e centrais sindicais. “Continuam essas conversas”, disse o vice-presidente.
Alckmin ainda destacou que já recebeu anteriormente o encarregado de negócios da embaixada americana no Brasil, Gabriel Escobar. “E temos mantido um contato importante com o secretário Howard Lutnick e com o embaixador Jamieson Greer, da USTR [o Escritório do Representante Comercial dos EUA]”.
Sobre a questão dos produtos perecíveis e de bens já embarcados, Alckmin se limitou a dizer que as duas questões são “urgentes”.
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