Itamaraty rechaça Trump por 'manifestações indevidas' e 'intromissão'

Daniel Torok/White House

A tarifa de 50% anunciada por Trump é uma 'equivocada politização', de acordo com o Ministério das Relações Exteriores - Daniel Torok/White House
A tarifa de 50% anunciada por Trump é uma 'equivocada politização', de acordo com o Ministério das Relações Exteriores

Por Gabriel de Sousa, da Broadcast

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Publicado em 15/07/2025, às 17h52 - Atualizado às 18h10
Brasília, 15/07/2025 - O Ministério das Relações Exteriores rechaçou, em nota publicada nesta terça-feira, 15, o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por "manifestações indevidas" emitidas pelo Departamento de Estado e a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília.
Segundo o Itamaraty, as recentes declarações dos órgãos americanos "caracterizam nova intromissão indevida e inaceitável em assuntos de responsabilidade do Poder Judiciário brasileiro". A pasta disse também que as atitudes "não condizem com os 200 anos da relação de respeito e amizade entre os dois países".
"No que se refere ao comércio, o Brasil vem negociando com autoridades norte-americanas, desde março, questões relativas a tarifas, de interesse mútuo, e está disposto a dar sequência a esse diálogo, em benefício das economias, dos setores produtivos e das populações de ambos os países", disse a nota publicada pelo Itamaraty.
O Ministério das Relações Exteriores também disse que houve uma "equivocada politização" da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada por Trump, e que o Brasil não é responsável por este movimento. "[O Brasil é um] país democrático cuja soberania não está e nem estará jamais na mesa de qualquer negociação", concluiu o Itamaraty em nota.
Nesta segunda-feira, 14, um representante do Departamento de Estado citou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para justificar a tarifa imposta por Trump. Endossando a narrativa do líder republicano, o subsecretário Darren Beattie disse que a medida se deu por causa de supostos "ataques" ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), à liberdade de expressão e ao comércio dos Estados Unidos.

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