Tomaz Silva / Agência Brasil
Por Denise Luna e Daniela Amorim, da Broadcast
redacao@viva.com.brRio, 22/08/2025 - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, disse hoje que os impactos das tarifas impostas pelos Estados Unidos ao comércio exterior brasileiro na economia do País podem ser comparados aos da pandemia do Covid e às enchentes do Rio Grande do Sul, ocasiões em que o banco teve um papel importante.
"O impacto econômico guarda similaridade com a Covid, que era mais profundo, mas houve uma paralisia no início das atividades econômicas. Outro paralelo são as chuvas extraordinárias no Rio Grande do Sul, que paralisaram as empresas", disse Mercadante, ao lado do secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, e do secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC, Uallace Moreira, na sede do banco no Rio de Janeiro.
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"Dessa vez, o impacto está distribuído por todo território nacional e não afeta todas as empresas, mas as que exportam para os Estados Unidos", ressaltou Mercadante.
Segundo ele, com a injeção de crédito recebida pelo banco, o Rio Grande do Sul registrou um crescimento de 4,9% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto o Brasil cresceu 3,4%.
"(Desta vez) o impacto do tarifaço não é paralisação integral das empresas (como na Covid). Impacto do tarifaço é perda de parte do faturamento de parte das empresas, especialmente" ,afirmou o executivo.
Mercadante disse que o banco vai coordenar a parte de concessão de crédito do Plano Brasil Soberano, programa do governo para responder às tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos ao Brasil. Ele anunciou que vai destinar R$ 10 bilhões em crédito para empresas que foram taxadas em menos de 50%.
Segundo ele, a prioridade neste momento é oferecer crédito incentivado para todas as empresas que tiveram prejuízo por conta da tarifação.
"Quem perdeu mais de 5% de seu faturamento por tarifaço é prioridade desse processo. Vamos garantir para MPMEs (pequenas e médias empresas). Estimamos R$ 22 bilhões de garantias. O BNDES vai destinar R$ 10 bilhões em crédito para empresas que foram taxadas em menos de 50%", disse o executivo, ressaltando que o crédito para empresas taxadas em menos de 50% não terá as mesmas condições das linhas para quem teve taxação maior.
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Ao todo, o governo brasileiro vai disponibilizar R$ 30 bilhões para garantir financiamentos às empresas afetadas pelo tarifaço. Terão acesso aquelas cujo valor das exportações aos Estados Unidos (EUA) sujeito à tarifa de 50% represente ao menos 5% do faturamento bruto.
Também poderão acessar os recursos empresas com impacto igual ou superior a 5%. Elas podem recorrer à linha Giro Diversificação e à garantia do Programa Emergencial de Acesso a Crédito (PEAC) Fundo Garantidor de Investimentos (FGI), no caso das MPMEs. As que tiveram impacto igual ou superior a 20% podem acessar todas as linhas e as garantias do FGI PEAC e do Fundo Garantidor de Operações (FGO), também para MPMEs.
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