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Por Broadcast
[email protected]A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,64% em março, após ter subido 1,23% em fevereiro, informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da desaceleração em relação ao mês anterior, os especialistas seguem cautelosos.
A economista da Buysidebrazil Mirella Hirakawa avalia que o IPCA-15 de março não muda a perspectiva de uma dinâmica de inflação pressionada e disseminada. “Não foram surpresas relevantes e vemos todas as aberturas acelerando no acumulado em 12 meses”, observa.
O cenário de inflação de curto prazo segue adverso, alerta o economista-chefe da Monte Bravo, Luciano Costa. As principais pressões seguem em alimentos, passagens aéreas e serviços intensivos em trabalho e serviços de entretenimento, cita o economista. Já a deflação de eletrodomésticos e móveis juntamente com a menor alta de gasolina e cuidados pessoais foram os fatores de alívio do índice, acrescenta Costa.
A perspectiva do economista-chefe do Banco Daycoval, Rafael Cardoso, é de que os efeitos do câmbio continuem até a metade do ano. Adicionalmente, nesse período, a inflação deve melhorar, influenciada pela sazonalidade positiva, afirma. “Vemos uma melhora qualitativa do IPCA a partir do segundo semestre”, pontua o economista.
Por outro lado, Costa, do ASA, diz que, apesar da surpresa para baixo com os núcleos no IPCA-15 de março, o atual nível da inflação de serviços ainda requer cautela. A média móvel trimestral anualizada e dessazonalizada dos serviços subjacentes, calcula, registrou alta de 8,2% nesta leitura, mesmo nível de fevereiro.
Hirakawa, da Buysidebrazil, também alerta para os níveis da média dos núcleos e dos serviços subjacentes. Na média móvel trimestral anualizada e dessazonalizada, a média dos núcleos está rodando próxima de 6%, enquanto os serviços subjacentes, próximo de 8%. “É muito acima do que temos visto nas métricas anualizadas, de 4,2% e 6,7%, respectivamente”, calcula.
Mas a economista-chefe da Galapagos Capital, Tatiana Pinheiro, avalia que os serviços foram a "boa notícia" do IPCA-15, uma vez que se mostraram estáveis quando as expectativas do mercado apontavam para a continuidade do avanço deste núcleo.
"Outra boa notícia foi a continuidade da 'boca de jacaré' entre o núcleo de serviços intensivos em mão de obra e a taxa de desemprego, indicando que o aquecimento do mercado de trabalho segue sem ter o impacto máximo sobre a inflação. Além disso, a inflação de alimentos apresentou aumento menor do que o esperado, passando de 0,70% para 1,09%, algo que contribuiu para a inflação ser menor do que o projetado", observou Tatiana.
Com o resultado anunciado hoje, o IPCA-15 acumulou um aumento de 1,99% no ano. A taxa em 12 meses ficou em 5,26%.
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