Brasil registra maior número de demissões por justa causa em 10 anos

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Especialistas avaliam que as mudanças no mercado de trabalho e no comportamento profissional têm influência direta nesse movimento. - Foto: Envato Elements
Especialistas avaliam que as mudanças no mercado de trabalho e no comportamento profissional têm influência direta nesse movimento.

Por Joyce Canele

redacao@viva.com.br
Publicado em 23/08/2025, às 13h19

São Paulo, 23/08/2025 - O número de demissões por justa causa no Brasil registrou um salto expressivo no início de 2024, alcançando o maior patamar da última década.

Em janeiro do ano passado, foram 39.511 desligamentos nessa modalidade, segundo levantamento da LCA Consultores.

O volume representa 2,09% dos 1,88 milhão de desligamentos totais ocorridos no mês, superando a média recente e ficando próximo do índice registrado em janeiro de 2014, quando a marca foi de 2,12%.

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Em comparação com dezembro de 2023, quando 1,77% das demissões ocorreram por justa causa, o crescimento é significativo.

Já em fevereiro, embora o total de desligamentos tenha aumentado para cerca de 1,94 milhão, a proporção de casos por justa causa apresentou queda.

Principais motivos

Entre os motivos que levam à aplicação dessa penalidade máxima no contrato de trabalho estão:

  • Furtos;
  • Desvios de valores;
  • Assédio;
  • Atitudes incompatíveis com a conduta exigida pela empresa;
  • Concorrência desleal;
  • Condenações criminais;
  • Baixa produtividade;
  • Excesso de faltas ou atrasos;
  • Embriaguez em serviço;
  • Quebra de sigilo; e
  • Abandono do emprego por mais de 30 dias sem justificativa.

Especialistas avaliam que as mudanças no mercado de trabalho e no comportamento profissional têm influência direta nesse movimento.

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Mulher atraso
LCA Consultores prevê que taxa de demissões por justa causa recue até novembro, depois retome em dezembro. Foto: Envato

Nos últimos anos, aumentos nas demissões em massa e transformações nas expectativas dos trabalhadores, especialmente entre a geração Z, nascidos entre 1996 e 2010, vêm alterando as relações trabalhistas.

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Essa parcela da força de trabalho costuma priorizar mais qualidade de vida e flexibilidade, o que pode resultar em maior rotatividade.

A projeção é que, após o pico no início do ano, a taxa de demissões por justa causa apresente recuo até novembro, voltando a crescer nos meses de dezembro e janeiro, período tradicionalmente marcado por maior movimento no mercado e reajustes de equipes.

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