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Saúde pública de São Bernardo do Campo volta a ser denunciada por médicos

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Médicos da saúde pública de São Bernardo reclamam de salários atrasados e falta de especialistas - Adobe Stock
Médicos da saúde pública de São Bernardo reclamam de salários atrasados e falta de especialistas
Marcel Naves
Por Marcel Naves marcel.naves@viva.com.br

Publicado em 17/11/2025, às 08h00

São Paulo, 17/11/2025 - As irregularidades apontadas por médicos que atendem na rede pública de saúde do município de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, vão desde atraso nos salários até a falta de especialistas para atendimento. Segundo profissionais que procuraram o portal VIVA, a falta de pagamento atinge os servidores do hospital geral e das unidades de pronto atendimento - UPAS. De acordo com eles, a justificativa dada é que a Fundação ABC - FUABC, que administra o sistema, não tem repassado os recursos às Organizações Sociais de Saúde - OSSs, que são responsáveis pela folha de pagamento.

O atendimento à população também é afetado pela redução no atendimento e ausência de especialistas, como ginecologistas e pediatras. Para quem precisa de um especialista a situação é que este tipo de atendimento é feito apenas por médicos generalistas, como relatam os servidores da rede municipal. 


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Os médicos alegam ainda que são obrigados a limitar o atendimento a no máximo 15 minutos. Os profissionais dizem que estão impedidos de fazerem qualquer tipo de reclamação ou reivindicação e sentem medo de retaliações.

"Eu reclamei da falta de pagamento de uma forma mais veemente e fui demitida poucos dias depois. Está cada vez mais difícil, a gente não vê perspectivas de mudanças”, desabafou uma das médicas que  falou com a reportagem sob condição de anonimato.

O que diz a Prefeitura

Em nota  a Prefeitura de São Bernardo, afirmou que não existem pendências de repasses para a FUABC, responsável pela contratação das empresas prestadoras de serviços médicos.
Em relação à falta de especialistas, foi dito que este tipo de atendimento segue sendo realizado nos ambulatórios, mediante agendamento via regulação municipal, ou quando for o caso, com os serviços estaduais referenciados. E sobre o tempo de consulta, alegou que o mesmo é estabelecido pelo próprio médico, sempre priorizando o melhor atendimento aos  pacientes.


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Histórico de denúncias

Em agosto, o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), denunciou o prefeito de São Bernardo do Campo, Marcelo Lima, e mais nove pessoas por organização criminosa em um esquema de desvio de dinheiro público.
Segundo o MP,  as ações criminosas tiveram início em 2022 e só foram descobertas após a realização da Operação Estafeta da pela Polícia Federal. O esquema consistia em obter contratos públicos e desviar recursos por meio de empresas ligadas formalmente à Prefeitura e à Fundação ABC.
Em outubro, o ministro Reynaldo Soares da Fonseca, do Superior Tribunal de Justiça, ordenou que o prefeito Marcelo Lima (Podemos), afastado desde o início das investigações retornasse  ao cargo.

Parlamentares contrários às OSSs

Para o deputado estadual Luiz Claudio Marcolino (PT/SP), representante da Alesp na Comissão de Avaliação da Execução dos Contratos de Gestão com Organização Sociais (CAECGOSS), as organizações Sociais de Saúde (OSSs) precisam dar transparência ao uso dos recursos públicos que aplicam na gestão das unidades do Sistema Único de Saúde (SUS).


“Tenho denunciado no plenário da Alesp e à Secretaria de Saúde as irregularidades que recebo e fiscalizo. Propus dois projetos de lei, o nº 167/2025, que cria conselhos gestores nas unidades de saúde vinculadas ao SUS e o de nº 166/2025, que obriga estas organizações a apresentarem trimestralmente  um relatório com informações sobre materiais entregues e serviços realizados”, afirmou o parlamentar ao VIVA.  

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